Folha de S. Paulo


Secretário-geral da CBF afirma que a 'informação é muito precoce'

O secretário-geral da CBF, Walter Feldman, disse à Folha que a "informação é muito precoce".

Ele se referia à indicação da Justiça dos EUA, em documento da investigação, de que o atual presidente da CBF, Marco Polo del Nero, e os ex-mandatários José Maria Marin e Ricardo Teixeira dividiram o pagamento de propina em abril de 2014.

Feldman afirmou que esses dados serão analisados com "bastante cuidado".

Além do afastamento de Marin da CBF até a conclusão das investigações, a CBF prevê reavaliar os contratos citados pela Justiça dos EUA no esquema. A revisão é "uma coisa que o Marco Polo [Del Nero] mandou desde que assumiu", disse.

Os contratos a serem reavaliados contemplam o firmado com a Nike, de patrocínio, e da organização da Copa do Brasil, ambos citados pela Justiça dos EUA na investigação sobre o pagamento de propina no futebol.

O contrato referente à Copa do Brasil inclui, de acordo com a investigação da Justiça dos Estados Unidos, o pagamento de R$ 2 milhões por ano a dirigentes brasileiros.

Editoria de Arte/Folhapress

O inquérito indica que a propina era paga a Ricardo Teixeira e, a partir de 2012, também deveria ser dividida entre Marin, então presidente da CBF, e Del Nero, o seu vice à época.

A proposta da nova diretoria da confederação, de revisar os contratos, está de acordo com a estratégia da entidade de transferir os holofotes das propinas ao ex-presidente, Ricardo Teixeira.

O ex-cartola está no Rio. Ele chegou nesta quarta-feira (27) à tarde à sua residência na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade, acompanhado de três pessoas.

A reportagem não conseguiu ouvi-lo, mas apurou que Teixeira demonstra preocupação com a situação.

Já José Luis de Oliveira Lima, advogado de J. Hawilla (que teria distribuído a propina, segundo a investigação), nega qualquer relação do empresário com Marin.

IMAGEM 'PÉSSIMA'

Momentos depois da operação da polícia suíça no hotel em Zurique, o presidente da CBF, Marco Polo del Nero, afirmou que a prisão do ex-presidente José Maria Marin em Zurique era "péssima" para a imagem da entidade.

Ele, no entanto, defendeu Marin. Disse que os contratos da Copa do Brasil colocados sob suspeita foram assinados antes da gestão de Marin.


Endereço da página:

Links no texto: