Folha de S. Paulo


Bom Senso usa música para comemorar prisão de Marin

O Bom Senso F.C., grupo formado por jogadores e ex-atletas que pedem mudanças no comando e na estrutura do futebol brasileiro, comemorou nesta quarta (27) a prisão do ex-presidente da CBF José Maria Marin.

O grupo emitiu nota em que usa trecho da música "Cartomante", de Ivan Lins e eternizada na voz de Elis Regina, que diz "Cai o Rei de espadas, Cai o Rei de ouros, Cai o Rei de paus, Cai não fica nada!".

"É chegada a hora de discutir e investigar o comando do futebol brasileiro. O ambiente é de combate à corrupção estatal no Brasil e de investigação ao grande poder do futebol. É hora de democracia e transparência no futebol. Medidas concretas neste sentido estão presentes na MP 671, a MP do Futebol, que refinancia a dívida dos clubes. Por isso, é urgente e necessária a sua aprovação", escreveu o grupo.

O Bom Senso trava batalha com a CBF pela aprovação na íntegra da medida provisória que determina o refinanciamento das dívidas fiscais dos clubes brasileiros, mas com contrapartidas, como a responsabilização dos dirigentes de problemas financeiros dos clubes, que não estão na pauta da CBF.

Um dos líderes do Bom Senso, o ex-meia Alex pediu ao atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, que mude o nome do prédio da entidade, na Barra da Tijuca, no Rio, que hoje chama José Maria Marin.

DETIDOS

O ex-presidente da CBF José Maria Marin, 83, e outros seis dirigentes da Fifa foram detidos nesta quarta-feira (27), pela polícia suíça em uma operação surpresa, realizada a pedido das autoridades dos Estados Unidos. Os cartolas são investigados pela Justiça americana em um suposto esquema de corrupção.

Segundo o Departamento de Justiça dos EUA, foram detidos, além de Marin, Jeffrey Webb, Eduardo Li, Julio Rocha, Costas Takkas, Eugenio Figueredo e Rafael Esquivel (veja abaixo o perfil dos dirigentes). Eles participariam do congresso da Fifa e da eleição da entidade, que ocorre nesta sexta (29).

As autoridades suíças relataram que os detidos devem ser extraditados para os Estados Unidos, onde a Procuradoria de Nova York faz a investigação.

Segundo o Departamento de Justiça dos EUA, a maior parte do esquema envolvia subornos e propinas entre dirigentes da Fifa e executivos do setor na comercialização de jogos e direitos de marketing de campeonatos como eliminatórias da Copa do Mundo na América do Norte, a Concacaf, a Copa América, a Libertadores e a Copa do Brasil –esta última, organizada pela CBF.

Os alvos da operação são principalmente dirigentes da Concacaf, como Webb, presidente da entidade que engloba os países das Américas do Norte e Central e do Caribe. Foram feitas busca e apreensão em um escritório da Concacaf em Miami.

As autoridades também investigam o pagamento de propina envolvendo o patrocínio da CBF por uma grande empresa dos EUA, a escolha da África do Sul como anfitrião da Copa de 2010 e as eleições presidenciais da Fifa em 2011.


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