Quando Brasil e Peru entrarem em campo no dia 14 de junho, na estreia das duas seleções pelo Grupo C da Copa América, espera-se chuva, muita chuva, como é comum no sul do Chile no período entre junho e julho.
E só aí que se saberá se a reforma do gramado do estádio Germán Becker, na cidade de Temuco, a 670 km de Santiago, deu certo.
Ao gasto de R$ 1,5 milhão, o governo local trocou toda a grama e o sistema de drenagem de um campo que alagava todas as vezes que chovia forte na cidade.
O Germán Becker –nome em homenagem a um político local– é um estádio moderno. Com capacidade para 18.500 pessoas (terceiro menor dos nove que receberão jogos no torneio), foi inaugurado em meados dos anos 1960, mas reconstruído em 2008 para ser sede do Mundial feminino sub-20.
| Editoria de Arte/Folhapress | ||
 |
Os vestiários são espaçosos, há sala de conferência, cadeiras estão sendo instaladas em todas as arquibancadas, mas o calcanhar de Aquiles da arena é o gramado.
Os alagamentos constantes fizeram com que, em setembro de 2014, há menos de um ano da Copa América, o estádio fosse fechado para a reforma, que ainda está sendo finalizada.
Testes estão sendo realizados com as chuvas que já caem sobre Temuco, mas com um porém: não haverá uma partida de 90 minutos para testar o gramado molhado.
Jogadores do Deportes Temuco, clube local que pertence ao ex-astro chileno Marcelo Salas e que disputa a segunda divisão nacional, farão ao menos dois treinamentos no gramado no início de junho. E só. Jogo, mesmo, só o Brasil x Peru de 14 de junho.
"O gramado estará preparado. Ele foi reconstruído seguindo procedimento de construção da USGA, a associação norte-americana de golfe, que precisa ter campos perfeitos. O sistema de drenagem prevê a retirada de 100 mililitros de água por hora, e não teremos tudo isso de chuva", disse Cláudio Valdivia, 37, administrador do estádio.
Em uma vistoria no dia 15 de maio, membros do estafe da CBF gostaram do estádio, inclusive do gramado.
SEM ARAME FARPADO
Os dois jogos seguintes da seleção brasileira na primeira fase, contra a Colômbia, dia 17 de junho, e Venezuela, dia 21, será no único estádio de propriedade privada da competição, o Monumental, com capacidade para mais de 47 mil pessoas e que pertence ao Colo Colo, um dos clubes mais populares do país.
Por ser particular, é o que terá o menor investimento da competição. O clube não revela quanto gastará, mas não haverá melhorias consideráveis na estrutura.
O estádio é antigo (construído nos anos 1970, remodelado nos 1990) e o único pedido da Conmebol, entidade que comanda o futebol na América do Sul, foi para que se adaptasse um estádio acostumado a receber partidas da Libertadores para um de padrão Fifa.
Por conta disso, será preciso tirar as gigantes cercas com arame farpado atrás dos gols, que separa os torcedores barra-bravas do Colo Colo do gramado. No lugar, entrarão divisórias de vidro.
O jornalista MARCEL RIZZO viajou a convite da TAM e da Secretaria Nacional de Turismo do Chile