Folha de S. Paulo


Em crise financeira, Corinthians acerta patrocínio com aplicativo para táxis

Em crise financeira, o Corinthians fechou patrocínio com a 99Taxis, aplicativo para a chamada de táxis, no valor de R$ 3,5 milhões até o final do ano.

A marca da 99Taxis estará estampada no ombro da camisa do time alvinegro.

O Corinthians vive uma grande crise financeira, cuja origem se sustenta em dois pilares: a dívida fiscal e o pagamento do Itaquerão.

Alvo de uma ação do Ministério Público Federal, que acusava o ex-presidente Andres Sanchez de ter praticado crimes fiscais, o clube teve de levantar em 2014 um dinheiro que não tinha para acertar as dívidas. Em agosto, o clube desembolsou R$ 15 milhões quitar dívida fiscal e tentar livrar Andres Sanchez da ação criminal movida pelo MPF.

A dívida, de impostos não pagos, era de R$ 31,8 milhões, mas o clube obteve desconto de R$ 16,8 milhões para a quitar o débito.

Precisou recorrer a empréstimos, a adiantamentos e limpou seu caixa para aderir ao Refis (Programa de Refinanciamento das Dívidas Fiscais) e livrar Andres e mais quatro cartolas da ação do MPF.
O pagamento feito inocentou os dirigentes, mas deixou o clube em situação delicada.

No ano passado, por exemplo, o Corinthians renovou seu contrato com a Nike e usou o bônus pela assinatura do contrato para pagar os débitos deixados pelas gestões anteriores.
Fez empréstimos e adiantou de receitas que hoje fazem falta.

Junto dessas manobras, entra o Itaquerão. Todas as bilheterias, que representavam a terceira maior receita do clube, são destinadas para o fundo imobiliário responsável por pagar a arena.

Como referência: em 2013, ainda jogando no Pacaembu, o Corinthians arrecadou R$ 32 milhões com bilheteria, valor que seria suficiente para pagar três folhas salariais do clube.

A soma desses dois fatores gerou a situação financeira caótica em que o Corinthians sem encontra: dívidas com jogadores que chegam a R$ 20 milhões, baixo crédito no mercado e eliminado da Libertadores, principal competição sul-americana.

A saída da Libertadores na semana passada ainda piora o cenário, já que o clube poderia ganhar até R$ 11 milhões com as premiações do torneio sul-americano.

Restou à diretoria criar mais dívidas para cobrir o rombo criado em 2014. O clube está desesperado para assinar empréstimos que servirão para pagar as dívidas mais urgentes com os atletas.

Neste cenário, não parece simples o caminho para que o Corinthians volte a voar em céu de brigadeiro, como mostrou estar em 2012, com salários em dia e, consequentemente, enchendo a prateleira de troféus.

Editoria de Arte/Folhapress


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