Folha de S. Paulo


Ceni diz que jogo contra o Cruzeiro foi o seu último na Libertadores

Rogério Ceni bem que tentou adiar o seu adeus à Libertadores. Foi o melhor jogador do São Paulo na derrota para o Cruzeiro por 1 a 0, nesta quarta (13), pegou duas cobranças na decisão por pênaltis, mas sua atuação não foi suficiente para evitar a eliminação da equipe no torneio que o transformou em ídolo.

O São Paulo passou boa parte do jogo no Mineirão tentando segurar a vantagem obtida na partida de ida –1 a 0.

Enquanto a equipe mineira buscava desesperadamente o gol, o time de Rogério tentava manter a posse de bola e fazer o tempo passar.

A tática até funcionou no primeiro tempo, mas no segundo o Cruzeiro aumentou a pressão e chegou ao gol que levaria a decisão da vaga nas quartas de final da Libertadores para os pênaltis.

Willian lançou para Mayke nas costas do lateral esquerdo Reinaldo. O cruzeirense aproveitou a falha e cruzou para Leandro Damião, livre, tocar para o gol.

Na disputa por pênaltis, apesar de ter convertido a sua cobrança e defendido outras duas, Rogério viu Souza, Luis Fabiano e Lucão falharem e decretarem a queda do São Paulo na Libertadores.

"É difícil falar qualquer coisa. Vou esperar abaixar um pouco", disse o jogador, emocionado, à Fox Sports após o fim da partida. Indagado sobre se o confronto contra o Cruzeiro foi o seu último no torneio, o goleiro respondeu "com certeza".

O clima dos visitantes era de velório. "Estão todos tristes, alguns até chorando", disse o técnico Milton Cruz, que admitiu: "Hoje nós deixamos a desejar um pouco".

O treinador afirmou que Rogério estava "muito chateado", mas destacou que o goleiro "está preparado" para essas situações.

APOSENTADORIA

Com a eliminação no torneio, fica a expectativa pelo anúncio da aposentadoria do ídolo são-paulino.

Rogério chegou a dizer que deixaria os gramados no fim de 2014, mas a boa campanha no Brasileiro (vice-campeão) e a possibilidade de encerrar a carreira com um título da Libertadores o fizeram voltar atrás na decisão e renovar seu contrato até 5 de agosto.

O torneio sempre foi uma obsessão para Rogério. Foi nele que o goleiro ganhou seu primeiro título de relevância.

O camisa 1 fez parte do elenco campeão da Libertadores em 1993, mas só em 2005, no segundo ano em que disputou a competição como titular, chegou ao título participando da campanha.

A conquista, somada à esplêndida atuação na final do Mundial de Clubes contra o Liverpool, são as principais razões para os são-paulinos considerarem o goleiro um dos maiores (senão o maior) ídolos da história do clube.
Não bastassem as defesas salvadoras, Rogério dá adeus à Libertadores como maior artilheiro do São Paulo no torneio, com 14 gols, empatado com o atacante Luis Fabiano.

Colaborou JOSÉ MARQUES, de Belo Horizonte


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