Folha de S. Paulo


Corinthians vai de sensação a decepção em apenas um mês

O Corinthians, até um mês atrás apontado de forma unânime por rivais como melhor time do Brasil, não sobreviveu ao primeiro mata-mata da fase final da Libertadores.

O time de Tite perdeu na cabeça e na bola para o pouco tradicional Guaraní, do Paraguai, por 3 a 0 no placar agregado dos dois confrontos das oitavas de final.

No segundo jogo, disputado nesta quarta-feira (13), no Itaquerão, reinou o desespero. A equipe caiu por 1 a 0 para o rival paraguaio, detentor apenas da 13ª melhor campanha da fase de grupos, e teve dois jogadores expulsos.

O lateral esquerdo Fábio Santos e o meia Jadson, que receberam os cartões vermelhos, agiram com, no mínimo, imprudência ao acertarem os adversários. Reflexo de um time muito tenso.

Mas não foi só pelo nervosismo que o Corinthians transformou aquela campanha que parecia ter chances de dar o segundo título sul-americano ao clube em outro fiasco dentro de casa.

Em 180 minutos, a equipe brasileira foi incapaz de fazer um único gol na pior defesa entre todos os classificados para a reta final da Libertadores. Na fase de grupos, o Guaraní havia sido vazado dez vezes em seis partidas.

Após passar pelo Once Caldas na fase preliminar da competição, o Corinthians venceu os quatro primeiros jogos em seu grupo, que tinha São Paulo, San Lorenzo e Danubio. Depois, não obteve mais nenhuma vitória.

Foi um empate dentro de casa contra o San Lorenzo, derrota no clássico para o São Paulo e dois insucessos perante o Guaraní. O desta quarta acabou com quase um ano de invencibilidade no Itaquerão –a última derrota havia sido em maio, na inauguração, para o Figueirense.

Se somadas todas as competições que disputa, o alvinegro só conseguiu vencer dois dos últimos nove jogos.

Foi a segunda eliminação em sua arena em menos de um mês. Em 19 de abril, caiu nos pênaltis na semifinal do Paulista contra o Palmeiras.

Crise que passa pelo problema financeiro do clube, que deve aos atletas. E que também é técnica: a equipe parou de brilhar e ficou previsível. Contra o Guaraní, o time fez tudo que a cartilha manda: marcação sob pressão e toque de bola. Mas, sem criatividade, resumiu os ataques a cruzamentos ruins.

Após o intervalo, o nervosismo se instalou. Sem saber como balançar as redes, a equipe alvinegra teve dois jogadores expulsos, foi dominada e perdeu a partida.


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