O São Paulo pressionou a Conmebol para escalar um árbitro estrangeiro no primeiro jogo das oitavas da Copa Libertadores contra o Cruzeiro e conseguiu. No entanto, o nome escolhido pela confederação não traz boas lembranças para os brasileiros.
O paraguaio Carlos Amarilla, 44, é quem vai apitar o duelo da próxima quarta-feira (6), no Morumbi.
O último jogo de uma equipe brasileira apitada por Amarilla foi do Corinthians na Libertadores de 2013, quando o time alvinegro empatou com o Boca Juniors por 1 a 1, no Pacaembu, e foi eliminado nas oitavas de final.
Naquela ocasião, os jogadores, o técnico, os diretores e os torcedores do Corinthians reclamaram de Amarilla e o culparam pela queda corintiana.
Reclamaram de dois gols anulados –um de Romarinho e outro de Paulinho– e de dois pênaltis não marcados pela arbitragem.
"Nós não perdemos. Nos fizeram perder", disse na época o então presidente do Corinthians, Mario Gobbi. "Espero que o Tribunal Disciplinar da Conmebol puna o árbitro, completou.
"Pela primeira vez na minha vida fui cínico. Depois do jogo apertei a mão dele [Amarilla] e dos auxiliares e disse parabéns. Fui falso. Gostaria de nunca mais tê-los na minha frente", disse então o técnico Tite.
Depois daquele jogo, Amarilla apitou outras partidas de torneios continentais na América do Sul, inclusive entre Bahia e César Vallejo (PER) pela Copa Sul-Americana do ano passado
O pedido do São Paulo para um árbitro estrangeiro foi por causa da atuação polêmica de Sandro Meira Ricci na vitória do clube tricolor por 2 a 0 sobre o Corinthians, no Morumbi. Naquela ocasião, a diretoria já havia demonstrado irritação com a indicação de um brasileiro e a preferência por um estrangeiro.
Via de regra em confrontos com clubes do mesmo país, a Conmebol prefere escalar árbitros locais. Mas quando um lado não concorda ela altera a regra.
AMARILLA POLÊMICO
Formado como engenheiro eletrico, Carlos Amarilla tem muitas polêmicas como árbitro.
Além do jogo do Corinthians em 2013, foi contestado pela atuação em um duelo entre Peñarol e Vélez Sarsfield pela Libertadores-2011. Na ocasião, anulou um gol da equipe argentina por um toque de mão involuntário. A partida terminou com vitória uruguaia, equipe que depois foi para a final.
Em campo, tem como característica não conversar com os jogadores e ser enérgico, utilizando com rigor os cartões.
OUTROS ÁRBITROS
Os árbitros dos outros confrontos também foram definidos pela Conmebol.
O uruguaio Daniel Fedorczuk apitará o duelo entre Guaraní, do Paraguai, e Corinthians, também no dia 6 de maio, no Paraguai.
Os são-paulinos reclamaram de Fedorczuk na última edição da Copa Sul-Americana por ele ter ignorado um pênalti claro no atacante Alan Kardec no duelo contra o Atlético Nacional, na Colômbia. O árbitro marcou tiro de meta e ignorou um carrinho do goleiro Armani no São Paulo.
Também criticaram o fato de a arbitragem daquele jogo, que foi na Colômbia, ter invertido um lateral. O lance originou o gol do Atlético Nacional, vencedor por 1 a 0.
O colombiano Wilmar Roldán vai apitar Atlético-MG x Internacional, que jogam no dia 6, em Belo Horizonte.
Roldán tem a imagem de um árbitro enérgico e, especialmente, polêmico. Na bagagem dele, estão as decisões das Libertadores de 2012 (Corinthians x Boca Juniors, no Pacaembu) e 2013 (Atlético-MG x Olimpia, no Mineirão), além de participações na última Copa do Mundo.
Em 2013, o São Paulo teve críticas ao trabalho do colombiano na partida contra o Arsenal (ARG), no Pacaembu.
As polêmicas começaram quando ele assinalou pênalti para o Arsenal, aos 3 min do segundo tempo. O lance foi contestado pelos tricolores porque a bola bateu no braço do lateral Cortez de forma involuntária após um cruzamento na área. Nada feito. Pênalti foi mantido e convertido.
A irritação do time aumentou a cada falta cometida por um adversário e ignorada ou não advertida com cartão pelo árbitro.
Ao final do duelo, os jogadores do São Paulo cercaram o colombiano. Luis Fabiano estava na roda. Fez duras críticas e foi expulso.