Se clubes como XV de Jaú e União São João agonizam e nem competições oficiais disputarão neste ano, a Ferroviária está no campo oposto.
Após quase duas décadas disputando segunda, terceira e quarta divisões, o time de Araraquara está muito próximo de voltar a jogar a elite do Campeonato Paulista, que não disputa desde 1996.
O time, fundado em 1950, brilhou já na década seguinte, quando foi tricampeão do interior e revelou nomes como o volante Dudu, que integrou a célebre Academia do Palmeiras dos anos 1960.
Faltando três rodadas, a equipe lidera a Série A2, a segunda divisão, com 37 pontos em 16 partidas (12 vitórias), oito à frente do quinto colocado, o Água Santa –quatro times vão para a A1.
| Reprodução/Facebook/Ferroviária de Araraquara | ||
 |
||
| Jogadores da Ferroviária festejam um gol |
Para chegar à situação atual, o clube precisou "ressurgir das cinzas". Endividado, virou empresa e abriga suas partidas em uma nova casa, a Arena da Fonte.
O moderno estádio substituiu o tradicional Fonte Luminosa, graças a um investimento feito pelo governo federal de R$ 27 milhões.
A obra foi viabilizada na gestão do ex-prefeito Edinho Silva (PT), hoje ministro da Secretaria de Comunicação Social, que administrou a cidade de 2001 a 2008. Três dias antes da reabertura, a então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, visitou o estádio.
Reinaugurada em 22 de outubro de 2009 após um ano e quatro meses de obras, a arena recebeu 21.254 torcedores na vitória contra o Ituano, por 2 a 1. O local tem capacidade para 25 mil pessoas e já sediou jogos de clubes como Corinthians e Palmeiras.
A antiga Fonte Luminosa foi repassada à prefeitura como moeda de troca para a quitação de dívidas do clube.
Enquanto os jogos em 2009, na segunda divisão, não atraíam 500 torcedores, hoje reúnem 3.500, segundo o presidente, Carlos Salvazo. "O torcedor acreditou no time, tanto que temos aproveitamento de 100% em casa."
Além de parceria com a prefeitura para uso do estádio, o dirigente aponta um acordo com o Atlético-PR como importante para o desempenho do time. Três jogadores –o goleiro Rodolfo, o lateral-esquerdo Roberto e o meia Thiago– foram emprestados sem custo para o clube.
"Blindamos o elenco e a comissão técnica e investimos em equipamentos que o clube não tinha para serem feitas avaliações nos treinamentos e após os jogos". Ele não revelou o valor da folha de pagamento.