Folha de S. Paulo


Não me sinto ameaçado no São Paulo, diz Milton Cruz

Há 21 anos funcionário do São Paulo, Milton Cruz, que substituiu Muricy Ramalho como técnico do clube tricolor, disse nesta quarta-feira (8) que não sente que está ameaçado no clube. A declaração contraria informações de conselheiros do clube, que apontam uma reformulação da comissão técnica.

O São Paulo procura neste momento um novo treinador. O favorito é o argentino Alejandro Sabella, 60, sem clube. Vanderlei Luxemburgo, 62, atualmente no Flamengo, também interessa. Assim que definir o novo treinador, a comissão técnica deve ser alterada e por isso Milton Cruz está ameaçado.

O hoje técnico interino, no entanto, desmentiu a informação. Disse que o presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, conversou com ele horas antes do duelo contra a Portuguesa, no Morumbi, e assegurou que Milton Cruz continua nos planos do clube.

Questionado sobre a ameaça no cargo, o treinador chegou a demonstrar certo desconforto durante a entrevista coletiva.

"Tenho 21 anos como funcionário e mais sete como jogador no clube. Nunca me senti ameaçado. Acordo com maior prazer de defender o São Paulo. Conheço todo mundo no CT, no Morumbi", disse Milton Cruz.

"Dei retorno ao clube como jogador e, como funcionário, tenho meu valor. Acho que não vão deixar de reconhecer. Tenho confiança na diretoria. Sou uma referência para os outros clubes. Já tive convite de outros clubes e até da seleção, mas sempre disse não. Se o São Paulo precisa de mim eu vou ficar aqui", continuou.

Durante a entrevista coletiva, Milton Cruz chegou a listar os títulos que conquistou pelo clube. Falou do Mundial de Clubes e da Libertadores de 2005, do tricampeonato do Brasileiro (2006, 2007 e 2008), além dos Estaduais. Em todas essas conquistas, ele estava na comissão técnica.

Milton até disse que não tem planos para a carreira caso deixe o São Paulo, embora admitiu que poderia voltar a estudar.

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MURICY

Sobre a estreia como técnico após a saída de Muricy, Milton Cruz dedicou a vitória ao antecessor, a quem elogiou.

"Tenho admiração muito grande por ele. Me espelho nele. É um grande amigo. Procuro sempre estar ao lado dele. Teve êxito em tudo, foi campeão onde passou e fiquei triste com a saída dele. Um companheiro, um amigo e leal. Ele me trouxe para o São Paulo", disse.

Alguns minutos após o término da coletiva, ele voltou e disse: "Pessoal, esqueci de dizer, mas a vitória de hoje foi para o Muricy".

Folhapress
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