A Portuguesa foi derrotada pelo São Paulo na noite desta quarta-feira (8), por 3 a 0, no Morumbi, e foi rebaixada para a Série A2 do Campeonato Paulista.
A Lusa terminou o Estadual na penúltima colocação do Grupo C, com apenas 13 pontos. Em 15 jogos, foram duas vitórias, sete empates e seis derrotas.
O clube do Canindé teve no "caso Héverton" um ponto de partida para uma espiral descendente que parece não ter fim para seus torcedores.
Desde a escalação irregular de Héverton em 2013, o time foi rebaixado duas vezes no Brasileiro, chegando pela primeira vez em sua história à Série C. Além disso, tem convivido com dificuldades financeiras, atraso no pagamento de salários, conflitos políticos internos e, consequentemente, diminuição do número de torcedores em suas partidas.
No final de 2013, a Portuguesa foi rebaixada à Série B após ser punida com a perda de quatro pontos pela escalação irregular de um jogador. Na última rodada do campeonato de 2013, o meia Héverton, que estava suspenso, entrou em campo em jogo contra o Grêmio.
A punição favoreceu o Fluminense, que, após ter ficado em 17º lugar, havia sido rebaixado. Com a perda dos quatro pontos, a Portuguesa foi rebaixada no lugar do clube carioca.
Clube e torcedores entraram com ações na Justiça contra a CBF para tentar devolver a Portuguesa à primeira divisão. Neste período, diversas liminares favoráveis ao clube foram cassadas a pedido da entidade.
No começo da Série B do Brasileiro de 2014, Ilídio Lico, presidente à época, mandou os jogadores saírem de campo no meio do confronto com o Joinville, na primeira rodada, por medo de ser preso e descumprir uma ordem judicial. A equipe foi multada e perdeu pontos.
A Lusa viveu um calvário na segunda divisão. Foram 18 derrotas, 12 empates e apenas três vitórias. Mesmo com cinco técnicos ao longo do ano (Guto Ferreira, Argel Fucks, Marcelo Veiga, Silas e Vagner Benazzi), a Portuguesa foi rebaixada para a Série C pela primeira vez em sua história. Apenas dois torcedores do time acompanharam o jogo que sacramentou o rebaixamento.
Atolado em dívidas na casa dos R$ 100 milhões, o clube tem sido acusado por funcionários e jogadores de suspender o pagamento de direitos trabalhistas e atrasar os salários. Sem ter de onde tirar dinheiro, o clube tem pensado em demolir o Canindé e vender parte do terreno.
Protagonista do remoinho de problemas, Ilídio Lico foi alvo de pedido de impeachment do Conselho de Orientação Fiscal do clube. No final de março deste ano, duas semanas após confusão em que teria trocado agressões com o presidente do COF, Marco Antônio Teixeira Duarte, Lico renunciou ao cargo de presidente do clube. O seu mandato iria se encerrar somente em 2016. O vice de finanças, Jorge Manuel Marques Gonçalves, assumirá o comando do clube até o final de 2015.
No Campeonato Paulista deste ano, o time foi proibido de jogar no Canindé devido a reprovação do laudo de segurança. O documento referente a condições sanitárias e de higiene foi aprovado com restrições.
| Folhapress | ||
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