O grupo OAS está vendendo sua participação nos três estádios de futebol que opera e tem como objetivo negociar com empresas estrangeiras.
A OAS Arenas, braço do grupo que administra a Fonte Nova [em parceria com a Odebrecht], em Salvador, a Arena das Dunas, em Natal, e o estádio do Grêmio, em Porto Alegre, iniciou prospecção de possíveis interessados há alguns meses antes mesmo de o grupo anunciar, terça (31), que entrou com pedido de recuperação judicial.
Com dívidas de R$ 9,2 bilhões e com seus principais executivos presos na Operação Lava Jato –que investiga um grande esquema de lavagem e desvio de dinheiro envolvendo a Petrobras, grandes empreiteiras do país e políticos–, o grupo OAS colocou à venda sua participação em empresas para pagar ao menos parte do que deve.
A OAS detém 100% da participação da Arena das Dunas. O acordo foi fechado com o governo do Rio Grande do Norte, em 2011, em formato de PPP (Parceria Público-Privada). Porém não há, segundo apurou a Folha, possibilidade de ela entregar a administração ao poder público.
O grupo procura empresa estrangeira para vender a participação, em formato idêntico ao feito pela Galvão Engenharia, construtora que em 2014 negociou sua participação na Arena Castelão, em Fortaleza, para a francesa Lagardère, que em parceria com a brasileira BWA administra a arena atualmente.
Empresa que presta consultoria da obra e da gestão da Arena das Dunas, a holandesa Amsterdam Arena, especializada na área, foi consultada para ampliar participação na administração.
Em Salvador, a OAS divide a administração da Fonte Nova com a Odebrecht. Em balanço divulgado na sexta-feira (27), a Fonte Nova Negócios e Participações anunciou prejuízo de R$ 15,6 milhões.
Em Porto Alegre, a Folha apurou que há dois anos o grupo negocia ceder ao Grêmio 100% da administração.
Em nota, a OAS informou que a venda das ações não interfere na gestão operacional dos estádios.
VEJA QUAIS SÃO OS ESTÁDIOS DA OAS
ARENA DAS DUNAS
Estádio com 100% de administração da OAS Arenas. Está descartado entregar a gestão para o governo do Rio Grande do Norte.
FONTE NOVA
OAS divide a administração com a Odebrecht, mas em 2014 o consórcio teve prejuízo de R$ 15,6 milhões.
ARENA DO GRÊMIO
Apesar de o grupo OAS não ter incluído o estádio de Porto Alegre entre os ativos que pretende vender, há pelo menos dois anos a empresa negocia para ceder 100% da administração para o Grêmio.
Colaboraram BERNARDO ITRI, do Painel FC, e PAULO PASSOS, editor-assistente de "Esporte"