Paulo Henrique Ganso ainda não havia tido atuações de destaque pelo São Paulo em 2014 quando disse que se considerava o melhor meia do Brasil. Isso aconteceu em abril do ano passado.
Depois dessa entrevista, ele iniciou um dos melhores momentos da carreira e terminou o ano em alta.
Em 2015, porém, Ganso ainda não brilhou e voltou a ser questionado. Nesta terça (17), exibiu a mesma autoconfiança demonstrada 11 meses atrás. Reiterou que se considera o melhor meia do país.
Como o jogador que levanta o braço para pedir a bola, o camisa 10, ao seu modo, chamou para si a responsabilidade no confronto desta quarta (18) contra o argentino San Lorenzo, no Morumbi, pela Libertadores.
É um duelo importante para deixar o São Paulo mais próximo da classificação para as oitavas da Libertadores.
"Precisamos fazer o dever de casa. Se perder, temos de vencer fora [em Buenos Aires, dia 1º de abril]. Mas o importante é tentar fazer seis pontos", disse o meia, que não joga há nove dias para se preparar adequadamente para a partida desta noite.
Desde a derrota por 2 a 0 para o Corinthians, na Libertadores, em 18 de fevereiro, Ganso vinha evitando entrevistas. Nesta terça, o atleta, enfim, falou e até se referiu a si mesmo na terceira pessoa, como faz Pelé.
"Quero passar confiança ao torcedor. O camisa 10 está focado e quer levar essa vitória ao torcedor", afirmou.
O São Paulo entra em campo pressionado pela fase irregular neste ano.
Hoje, tem a mesma pontuação do San Lorenzo no Grupo 2, três pontos.
Ambos perderam para o Corinthians, líder da chave com nove pontos.
UM NOVO GANSO?
A confiança demonstrada por Ganso sempre foi característica sua, mas o meia são-paulino indica que passa por mudanças.
Um sinal foi o nervosismo que demonstrou nos dois jogos com o Corinthians –na derrota por 2 a 0, na Libertadores, e no revés por 1 a 0, pelo Campeonato Paulista. Em ambos, reclamou publicamente da arbitragem.
Criticado, passou a treinar mais e adotou o silêncio perante a imprensa.
Em campo, no entanto, começou a falar mais. Cobra e é cobrado, não só pelo técnico Muricy Ramalho, mas também pelos colegas.
A situação agrada a Muricy, que estimula os jogadores a exigirem mais empenho uns dos outros.
"Tenho de fazer a minha parte", afirma Ganso.
Se cumprirá a promessa, o jogo no Morumbi irá dizer.
Ricardo Nogueira/Folhapress | ||
Ganso durante treino do São Paulo na véspera do jogo contra o San Lorenzo, no Morumbi |