Folha de S. Paulo


Maior pontuador da Superliga vira líbero e ajuda time sem marcar pontos

Maior pontuador da história da Superliga masculina de vôlei (3.728), Ezinho ajudou seu time a chegar às quartas de final ano fazendo zero ponto nesta temporada.

Após 17 Superligas e 35 anos, a idade e a lesão no ombro direito pesaram. Mas a mudança foi maior, Ezinho trocou de posição: de ponteiro passador para líbero.

"Dá saudade dos pontos. É uma vida passando e atacando. Às vezes dá vontade de atacar, mas querer não é poder", diz Ezinho à Folha.

Tetracampeão (2000, 2001, 2002 e 2006) e com mais quatro vices no currículo, o líbero do Montes Claros inicia seu 15º playoff da carreira em outro papel neste sábado, às 10h30, em Contagem (MG).

Além das novas funções em quadra (recepção e defesa), agora Ezinho não está mais do lado dos favoritos, como nos tempos de Minas.

Cid Bruno/Assessoria Funorte
Ezinho (dir.) em partida do Montes Claros
Ezinho (dir.) em partida do Montes Claros

Montes Claros foi oitavo colocado da fase de classificação e encara na abertura da série melhor de três o Cruzeiro, atual campeão e melhor time da competição.

"Eles não são só favoritos contra nós, são favoritos ao título. Mas temos que aproveitar a chance. Hoje o vôlei está mais equilibrado do que há cinco anos. Não é certeza total que um primeiro colocado vai ganhar do oitavo sempre", analisa o jogador tetracampeão da Liga Mundial com a seleção brasileira (2001, 2003, 2005 e 2006).

O próprio Montes Claros já foi surpresa ao chegar à final da Superliga em 2010, seu primeiro ano na elite, com time que tinha Ezinho na ponta. Perdeu aquela decisão para o time de Florianópolis.

Na última temporada, porém, a equipe do norte de Minas Gerais foi a última colocada, ficou devendo salários aos atletas e quase deixou a disputa no meio do torneio.

Apenas quatro daqueles jogadores permaneceram no elenco. Os reforços chegaram, a prefeitura voltou a apoiar o time como antes e o ginásio a encher. O que já anima Ezinho a jogar mais algumas edições da Superliga.

"Foi útil virar líbero por causa da lesão no ombro. E estende minha carreira por mais alguns anos, porque é muito menos desgastante no jogo e nos treinos", explica.

Como o líbero não pode atacar, os treinamentos são mais de agilidade e reflexo, no chão, sem saltos, para defender e fazer melhores passes. Os 88 kg e o 1,90 m de altura não atrapalham a função, segundo Ezinho, mas a experiência ajuda muito.

NA TV
Cruzeiro x Montes Claros
10h30h SporTV

MAIORES PONTUADORES EM 21 EDIÇÕES DE SUPERLIGA

1º EZINHO 3.728 PONTOS
2º HENRIQUE RANDOW 3.458
2º FELIPE 3.458
4º LORENA 3.445
5º DOUGLAS CORDEIRO 3.418

Fonte: SC Consultoria/CBV


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