Folha de S. Paulo


Corinthians tenta 2ª vitória com versátil Danilo e mais 10

Danilo Verpa/Folhapress
Danilo comemora gol do Corinthians na vitória sobre o Palmeiras
Danilo comemora gol do Corinthians na vitória sobre o Palmeiras

Em 2004, Cuca, então técnico do São Paulo, ofereceu um churrasco para quem conseguisse imitar Danilo.

Onze anos depois, o meia de 35 anos continua com o mesmo jeito caipira, discreto e mineiro. Mas agora é também um sobrevivente.

Nesta quarta-feira (4), às 22h, o Corinthians será Danilo e mais dez contra o San Lorenzo, em Buenos Aires, pelo Grupo 2 da Libertadores.

"Ele é capaz de fazer qualquer função que eu peça em altíssimo nível", elogia Tite.

Um mérito que nem sempre foi reconhecido.

No ano passado, a diretoria não queria renovar seu contrato. Achava que o ciclo do jogador no Parque São Jorge estava encerrado.

Só ganhou um novo contrato –até o fim de 2015– porque os outros atletas da posição não corresponderam.

Neste ano, quando recebeu uma chance, manteve a regularidade admirada por Tite desde 2010, ano em que se encontraram pela primeira vez.

Antes disso, estava no Kashima Antlers, do Japão, e queria voltar para o Brasil. Foi oferecido ao São Paulo, onde havia sido campeão da Libertadores e Mundial em 2005. A proposta foi recusada pelo clube porque, aos 30 anos, era considerado velho.

"O futebol me deu muitas coisas na vida. Aprendi que as coisas mudam muito rapidamente. Se você não serve hoje, amanhã pode fazer um gol decisivo e ser titular. É assim mesmo", reconhece.

Danilo sabe do que está falando. São cinco títulos pelo Corinthians (Brasileiro-2011, Libertadores e Mundial-2012, Paulista e Recopa-2013). Fez o gol que colocou a equipe na final do torneio sul-americano. Empatou a partida na Vila Belmiro que fez o clube campeão estadual.

"Eu sempre acredito que coisas boas vão aparecer para mim. Trabalho para isso. Se não vou começar jogando, é uma opção do treinador. Mas quando entro, acredito que conseguirei coisas grandes", completa Danilo.

SEM RECONHECIMENTO

Com seu jeito acanhado fora de campo, tem uma carreira recheada de títulos, mas não pode dizer o mesmo quanto a prêmios individuais. No Brasileiro, o máximo que conseguiu foi ser o quarto melhor meia em 2003, quando jogava pelo Goiás.

Nunca foi convocado para a seleção brasileira.

Neste ano, Tite ameaça reinventá-lo. Danilo, meia que já quebrou o galho de volante e até de lateral, é escalado também como um falso centroavante. Deu mais certo do que o próprio treinador acreditava ser possível.

"Como pivô, ele não precisa ter um raio de ação tão grande. Não se desgasta tanto. Pode jogar em qualquer uma das duas posições [meia ou ataque]", analisa Tite.

Contra o San Lorenzo, Danilo deve voltar a atuar no ataque. Com a contusão de Emerson Sheik, ele poderia voltar para o meio, mas Tite preferiu não modificar o esquema que deu certo na estreia do time na Libertadores.

"Eu não escolho posição, não. De centroavante é até bom. Eu corro menos. Estou ficando velho", brinca, com o mesmo jeito caipira que divertia Cuca há 11 anos.


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