Folha de S. Paulo


Com gols de Elias e Jadson, Corinthians vence São Paulo pela Libertadores

No maior público da história do Itaquerão em jogos do Corinthians, a equipe de Tite passou por cima do São Paulo. O placar de 2 a 0 foi enganoso –poderia ter sido maior– na estreia das duas equipes na fase de grupos da Libertadores da América.

Com a vitória, o Corinthians confirmou a fama de caldeirão do Itaquerão: foi a 17ª vitória do time em 23 jogos no estádio. A única derrota foi na inauguração da arena, diante do Figueirense.

Sem atacante de ofício (Guerrero estava suspenso), o Corinthians tinha Danilo, um meia, como centroavante. Mas ele se deslocava para os lados do campo, puxava a marcação e abria espaços para os meias Elias e Jadson, que fizeram os gols do jogo.

O público foi de 38.487 pagantes. O recorde anterior havia sido contra o Criciúma, no Brasileiro passado: 38.044.

Muricy Ramalho surpreendeu ao escalar Maicon no meio-campo e deslocar Michel Bastos para a lateral esquerda. Deu tão errado que, no 2º tempo, tirou o meia e voltou a colocar Bastos na armação, onde vinha atuando.

Reprodução
Veja as estatísticas do jogo entre Corinthians e São Paulo
Veja as estatísticas do jogo entre Corinthians e São Paulo

O Corinthians controlou o jogo como quis. O tempo inteiro. Quando acelerou o ritmo, criou problemas para o adversário. Quando tirou o pé, não sofreu qualquer pressão. Lento, desinteressado e sem criatividade, o São Paulo não criou nenhuma oportunidade de gol na partida.

Foi um clássico sofrido para os 1.800 são-paulinos que embarcaram nos 50 ônibus fretados pela diretoria do clube para evitar que cruzassem os caminhos dos rivais no transporte público pós-jogo.

Nos primeiros instantes, eles até tentaram incentivar os jogadores. Depois desistiram. Até as organizadas. O barulho no Itaquerão ficou todo para os corintianos.

Mais ou menos o que o próprio Muricy fez. Antes agitado, gritando e gesticulando para seus comandados, ele jogou a toalha quando a vitória corintiana ficou clara.

Não precisou de muito tempo para perceber isso. No primeiro minuto, Fabio Santos perdeu uma boa chance. Poderia ser um entusiasmo natural do Corinthians por atuar em casa. Mas foi este o ritmo de toda a partida.

Elias anotou o primeiro aos 22 min, em um lance em que apareceu pelo meio da zaga adversária sem marcação e recebeu belo passe de Jadson. Exatamente como Tite planejou. Danilo havia se deslocado na área e levado um zagueiro junto com ele.

Era para um clássico como este que o São Paulo investiu cerca de R$ 24 milhões em Paulo Henrique Ganso em 2012. Era para brilhar em um confronto difícil, em que se faz preciso aquele lançamento que abra, à força, a defesa do time adversário.

A presença de Ganso foi virtual. Ele estava em campo, mas quase não pegou na bola. E quando isso aconteceu, deu passes burocráticos.

Apatia que contrastava com o ânimo de Emerson Sheik. Um atacante de 36 anos que não parou de correr um minuto, acompanhou Bruno, lateral do São Paulo, chegou ao ataque e começou a jogada que originou o segundo gol, feito por Jadson.

Os jogadores do São Paulo reclamaram que Emerson cometeu falta no início do lance. Com razão. O árbitro Ricardo Marques Ribeiro não marcou nada na jogada.


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