Folha de S. Paulo


Paulistas revelam seu fanatismo pelo futebol americano

Para evitar um atrito familiar, Renato Mauro Filho, 34, decidiu decorar o quarto do filho nas cores azul e vermelho –uma referência ao Buffalo Bills, seu time na NFL (a liga profissional de futebol americano).

Palmeirense fanático, o engenheiro sabia que o verde e o branco não seriam bem vistos pelos parentes da mulher, "corintianos doentes".

Renato se apaixonou pela NFL em 1991, no dia em que assistiu ao primeiro jogo de futebol americano pela TV. Então com 11 anos de idade, ele resolveu que adotaria a equipe vencedora.

"O Buffalo Bills derrotou o Oakland Raiders [na época ainda Los Angeles Raiders] na prorrogação", conta.

Apesar de seu time não estar na 49ª edição do Super Bowl, ele será um dos milhares de brasileiros em frente à TV na noite deste domingo (1º), para ver a final da temporada entre o New England Patriots (conhecido por aqui como o time do marido da Gisele Bündchen, Tom Brady) e o Seattle Seahawks, campeão do ano passado.

Edilson Dantas/Folhapress
Daniel em sua casa no bairro do Morumbi com a camisa do Denver Broncos
Daniel em sua casa no bairro do Morumbi com a camisa do Denver Broncos

Segundo a ESPN, canal que transmite o evento no país, em três anos, a audiência do Super Bowl cresceu 800%.

As finais de conferência, disputadas no último dia 18, atingiram mais de 700 mil pessoas, fazendo com que a emissora liderasse a audiência na TV paga. A decisão também será exibida em 50 salas de cinema pelo Brasil.

Como de costume, Daniel Lopes, 33, administrador e torcedor do Denver Broncos, se reunirá com amigos para acompanhar o Super Bowl. Desde 2007, o grupo marca encontros aos domingo para fazer churrasco de hambúrguer e assistir aos jogos.

"Quando acaba a temporada, me dá até uma crise de abstinência", diz.

ATAQUE CARDÍACO?

Ana Luiza Rosa, 28, viajou duas vezes aos EUA por causa do Giants. Em 2013, em Nova York, onde viu uma partida contra o Denver Broncos.

No ano seguinte, em Dallas, conheceu o assessor de imprensa do Dallas Cowboys, ganhou dois ingressos e pôde tirar fotos no campo, enquanto os jogadores se aqueciam. "Pensei que fosse ter um ataque cardíaco", lembra-se a jornalista.

Neste domingo, ela assistirá à final da temporada em São Paulo, com amigos.

"Uma das coisas mais legais que o futebol americano me trouxe foi o contato com muita gente bacana". diz Ana.

Acompanhado por 11 amigos, o administrador Fabio Donatelli, 33, estará em Phoenix, no Arizona, para o Super Bowl. Mas, devido ao alto preço dos ingressos, apenas cinco vão entrar no estádio. Os outros sete vão participar do tradicional churrasco que antecede as partidas no estacionamento da arena.

"Foi um investimento de mais de US$ 2 mil (cerca de R$ 5,4 mil). E para ficar em um lugar não muito privilegiado do estádio", conta.

A empresa Agaxtur criou um pacote especial para o Super Bowl, a partir de R$ 11.870 (inclui hospedagem, aluguel de carro e ingresso, fora passagens aéreas).

Sem precisar gastar com estadia –um de seus amigos mora em Phoenix– e com o ticket garantindo, Fabio, fã do Chicago Bears, já elegeu seu favorito na grande noite.

"Torcerei para Seattle. Faço parte da metade que não gosta do Tom Brady", diz.

NA TV
Seahawks x Patriots
21h30 - ESPN

Xinhua
Capacetes do Seattle Seahawks e do New England Patriots ao lado do troféu do Super Bowl
Capacetes do Seattle Seahawks e do New England Patriots ao lado do troféu do Super Bowl

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