Folha de S. Paulo


Presidente são-paulino muda cúpula para isolar desafetos

Após nove meses na presidência do São Paulo, Carlos Miguel Aidar resolveu mudar sua diretoria com o objetivo de se fortalecer no conselho e isolar os adversários políticos, liderados pelo ex-presidente Juvenal Juvêncio.

O anúncio, que será oficializado nesta terça (6), tem como principais alterações os ocupantes da vice-presidência e dos departamentos administrativo, financeiro e de comunicação (veja ao lado).

Julio Casares, que estava como vice de marketing, será o novo vice-presidente geral do clube, ocupando o cargo de Roberto Natel, que se demitiu em setembro do ano passado e virou opositor.

Editoria de Arte/Folhapress

Outra mudança é a criação do cargo de consultor da presidência. Ele será ocupado por João Paulo de Jesus Lopes, que tem experiência no departamento de futebol e na política. Ele deixa a vice-presidência administrativa para Osvaldo Vieira de Abreu.

Entre os novos nomeados, estão três antigos opositores: Dorival Decoussau, agora diretor de relações institucionais e que fez campanha para Kalil Abdalla na eleição do ano passado, Eduardo Alfano, diretor de relações internacionais, e Ricardo Haddad, diretor administrativo.

O departamento de futebol continuará igual, com o vice-presidente Ataíde Gil Guerreiro, o diretor Rubens Moreno e o gerente executivo Gustavo Vieira de Oliveira.

De acordo com aliados de Aidar, a mudança tem o objetivo de ampliar a base do cartola no conselho, unir antigos opositores aos grupo da situação e, assim, isolar cada vez mais os principais adversários políticos.

Além de Juvenal, estão Natel, o ex-assessor da presidência José Francisco Mansur e o ex-diretor-adjunto de planejamento Rui Stefanelli.

Pessoas próximas a Aidar vêem com receio as decisões do cartola. Apontam que uma reforma política dessa dimensão em menos de dez meses no cargo pode mais desagradar do que unir os dirigentes.

Karime Xavier/Folhapress
O presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, durante entrevista em seu escritório
O presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, durante entrevista em seu escritório

NAMORADA DE AIDAR RESCINDE COM O CLUBE

O São Paulo e a empresa de Cinira Maturana, namorada do presidente Carlos Miguel Aidar, puseram fim a um contrato comercial, que previa comissão para ela na efetivação de negócios com o clube. O acordo permitia que ela recebesse 20% dos negócios que fechasse, conforme revelou a Folha em dezembro. O cartola chegou a se explicar. Disse que Cinira não fechou nenhum negócio nem recebeu valores.


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