Folha de S. Paulo


Real e San Lorenzo medem forças em decisão desigual do Mundial de clubes

Acostumado nos últimos anos com conquistas que passou a chamar de milagres, o San Lorenzo faz neste sábado (20), às 17h30 (de Brasília), o jogo mais importante de seus 106 anos de vida.

A equipe argentina, que tem o papa Francisco como torcedor mais conhecido e a Libertadores deste ano como maior triunfo, encara o Real Madrid, no Marrocos, pela final do Mundial de Clubes.

Do outro lado, há um time acostumado a jogar decisões. O Real Madrid acumula dez títulos da Liga dos Campeões (é o recordista) e está a um triunfo de igualar o Milan como maior vencedor dos Mundiais –hoje, tem três taças, uma a menos que o rival.

"É uma estupidez não reconhecer que o Real Madrid está em outro nível, mas sonhamos com o título. Isso é futebol é o Davi pode vencer o Golias", disse o presidente do San Lorenzo, Matías Lammens, antes mesmo de saber que seu time jogaria a final.

DAVI X GOLIAS

Não é apenas o histórico que distancia os clubes. A diferença é igualmente ampla ao comparar os elencos, o orçamento das equipes e o desempenho nos últimos anos.

O Real tem em seu elenco astros de várias seleções nacionais. O principal é o português Cristiano Ronaldo, cuja valor no mercado está acima de R$ 300 milhões. Há ainda o francês Benzema, o galês Bale, o alemão Toni Kroos e o brasileiro Marcelo.

O orçamento para 2014/15 é de cerca de R$ 1,8 bilhão.

Editoria de arte/Folhapress

O Real Madrid está acostumado a ser protagonista.

Além do título da Liga dos Campeões neste ano, foi semifinalista nas últimas quatro participações. Deixou a Europa com campanha perfeita na atual edição: seis vitórias em seis jogos, 16 gols feitos e só dois sofridos.

"Não preciso motivar os jogadores. Cada um sabe da importância do jogo. Também não me importo com o que estão falando", disse o técnico Carlo Ancelotti, negando que possa subestimar o rival.

O San Lorenzo tem números mais modestos. O orçamento da temporada 2014 é de cerca de R$ 32 milhões. Para efeito de comparação, o Flamengo, clube mais popular do Brasil, investirá R$ 128 milhões no futebol em 2015.

O time ainda vem de milagres nas últimas duas temporas. No primeiro semestre de 2013, fugiu do rebaixamento coincidentemente no período em que o argentino Jorge Bergoglio foi escolhido o novo papa, em 13 de março. No segundo semestre, foi campeão nacional. Voltou a Libertadores, após intervalo de nove anos, e também venceu.

No elenco, há poucas estrelas. Os nomes mais conhecidos são o zagueiro colombiano Mario Yepes, 38, e o meia Leandro Romagnoli, 33, que, machucado, é dúvida para o duelo no Marrocos.

"É um sonho ser campeão e acreditamos [em novo milagre]", resumiu Yepes.


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