Folha de S. Paulo


Demitido, Brunoro vê Kardec como divisor de águas no Palmeiras

Demitido do Palmeiras na última segunda-feira (8), o dirigente José Carlos Brunoro, então diretor-executivo do clube paulista em 2013 e 2014, afirmou nesta quarta-feira (10) que cumpriu sua missão enquanto esteve na função.

O cartola, no entanto, listou situações que poderiam ser melhor conduzidas pela diretoria palmeirense e apontou a saída do atacante Alan Kardec para o São Paulo como um divisor de águas para a equipe dentro de campo.

"A não renovação do Alan foi um divisor de águas. Deixou todo mundo chateado, inclusive o Paulo Nobre, que adorava o Alan. Eu tive conversas bastante adiantadas, mas nunca cheguei a fechar, porque respeitava o presidente. Acho que o Alan não foi correto, e quero dizer isso para todo mundo. Ele e os empresários. A negociação não terminou, porque eles não voltaram com a resposta. Eles tinham alguma razão no sentido de demorar tanto a negociação, e para mim era muito difícil, porque sempre tive autonomia nos lugares em que trabalhei. Mas a diretoria achava que deveria ser assim, então foi assim, sem problema nenhum", disse Brunoro, em entrevista à Rádio Globo.

A falta de autonomia para conduzir negociações foi um dos fatores que deterioraram a relação entre Nobre e Brunoro. Há quase seis meses, a saída do diretor em dezembro era dada como certa no clube, tanto que ele se afastou completamente do departamento de futebol. Brunoro diz que, para fazer o trabalho ideal, precisava de mais funcionários e mais dinheiro.

Alinne Fanelli- 30.ago.2013/Folhapress
O ex-diretor-executivo do Palmeiras, José Carlos Brunoro, durante entrevista coletiva
O ex-diretor-executivo do Palmeiras, José Carlos Brunoro, durante entrevista coletiva

"Eu acho que foi missão cumprida. Mas, pessoalmente, acho que faltam algumas coisas. Se for falar do que o Palmeiras é hoje e do que era, a gente tem muita coisa para falar. O Palmeiras está pronto para ser perenemente competitivo. Poderia ter exigido algumas coisas, que preferi não exigir. São exigências como pessoas a mais trabalhando, que podiam ter vindo comigo, tanto no marketing quanto futebol. Algumas exigências de contratações que a gente não pode fazer, que eu acabei respeitando, porque o presidente estava fazendo um esforço financeiro muito grande, chegou a aportar dinheiro, a gente teve que respeitar isso", apontou.

O Palmeiras está próximo de contratar Alexandre Mattos, do Cruzeiro, como novo diretor-executivo de futebol. A função dele não será exatamente a mesma de Brunoro, que não cuidava apenas deste departamento, mas de todas as áreas do clube, como um CEO. Mas, este cargo será extinto.

"O Palmeiras ainda não está preparado para ter um CEO, o Palmeiras tem que cumprir outras etapas ainda, o Palmeiras é um clube social, é difícil ter essa visão profissional extrema", completou.


Endereço da página:

Links no texto: