Folha de S. Paulo


Verba para o esporte não atinge 1% em dez capitais

As capitais que responderam ao questionário do programa Cidades do Esporte, da ONG Atletas pelo Brasil, afirmaram que seus orçamentos em 2013 corresponderam a menos de 1% do total executado pelos municípios.

A falta de recursos impede que políticas públicas de esporte sejam implementadas, o que também afeta a proliferação de talentos. Apenas seis das dez cidades tinham projetos de alto rendimento em seus planejamentos em 2013.

O relatório concluiu que, ainda assim, essas iniciativas voltadas ao alto nível "atingiram pouquíssimos jovens".

O documento também apontou a "necessidade de adoção de metas de resultados e de planos de longo prazo" para os municípios.

Segundo o secretário-adjunto de esporte de Porto Alegre, Paulo Marques, a falta de recursos é um dos grandes problemas. Sem projetos de alto rendimento, a cidade, diz Marques, se concentra na inclusão social.

Ele afirma que, nos próximos meses, Porto Alegre receberá duas novas praças esportivas e que, nos últimos anos, "houve um avanço muito grande".

A cidade foi uma das que aceitaram se inscrever no censo. Marques acredita que o relatório vai contribuir para novos rumos.

"Vamos ver erros e acertos e definir nosso planejamento. Porto Alegre tem interesse no fortalecimento do esporte quanto a questão social e de lazer. Mas essa discussão não pode ficar só na prefeitura, deve avançar para um âmbito federal", completou.

Outra cidade signatária do censo, Belo Horizonte espera receber o documento para definir suas diretrizes.

"O trabalho feito em conjunto é extremamente importante. Vai ser fundamental para estabelecer os planos. Pode ser que se torne um marco", afirmou o secretário de esportes da capital mineira, Patrick Albuquerque.

Ele ressaltou que assim que receber o teor do levantamento analisará locais que precisam de um maior atendimento, sobretudo "áreas de vulnerabilidade social".

Para a diretora-executiva da Atletas pelo Brasil, Daniela Castro, um aspecto positivo do censo foi ter contado com adesão das capitais.

Das 12 cidades-sede da Copa de 2014, apenas Rio de Janeiro e Manaus não validaram os dados fornecidos a tempo da conclusão. O Cidades do Esporte continuará sendo atualizado até 2022.

"Isto pode ser um avanço. O que fizemos foi um diagnóstico, que pode se tornar importante no futuro", disse Daniela Castro.

Editoria de arte/Folhapress

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