A noite que antecedeu o GP de Abu Dhabi não foi das melhores para Lewis Hamilton. O inglês foi para a cama por volta de 1h e tentou, em vão, encontrar o sono até as 5h.
Quando viu que não conseguiria dormir, decidiu correr na beira do mar para tentar se concentrar na última etapa do Mundial de F-1. Quando voltou, foi surpreendido por sua família, que viajou da Inglaterra e o esperava para tomar café da manhã.
Mas nem isso foi capaz de acalmar o piloto da Mercedes, que só relaxou quando vestiu a balaclava (gorro), pôs o capacete e as luvas e sentou-se em seu W05 em Yas Island.
Com 17 pontos a mais que Nico Rosberg, sabia que não precisava vencer para levar o título. Mas queria fechar a temporada com um triunfo.
Segundo no grid, não precisou esperar mais de quatro segundos depois que as luzes vermelhas se apagaram para poder respirar aliviado.
Roubou do companheiro a liderança da corrida e guiou com tranquilidade para conquistar a 11ª vitória no ano e o título de bicampeão mundial da principal categoria do automobilismo, igualando-se a nomes como Alberto Ascari, Jim Clark, Graham Hill, Emerson Fittipaldi, Mika Hakkinen e Fernando Alonso.
"Este é certamente o dia mais feliz da minha vida, mas tudo isso parece um pouco surreal para mim. Tenho a sensação de que estou vivendo uma experiência fora do meu corpo, é como se estivesse de fora, assistindo a tudo", disse o inglês, que se emocionou no pódio em Abu Dhabi.
Ao seu lado após conquistar a segunda posição estava Felipe Massa, coincidentemente seu rival na disputa pelo primeiro título, em 2008.
"O Felipe venceu aquela corrida em Interlagos e foi campeão por alguns instantes, mas eu acabei ganhando uma posição na última curva e fiquei com o título. Mas não tinha o conhecimento e a experiência que tenho hoje", disse Hamilton, 29.
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Apesar de ter ganhado a primeira posição na corrida ainda nos primeiros metros, a vida do inglês ficou ainda mais fácil na 25ª volta, quando Rosberg começou a perder potência no motor do carro.
Foi então só uma questão de tempo para que Massa, que vinha em terceiro desde a largada, se aproximasse do alemão e, duas voltas depois, assumisse a segunda posição.
Mas este era apenas o primeiro dos vários problemas que fizeram Rosberg completar a prova em 14º e ficar com o vice-campeonato –foi apenas a terceira corrida no ano em que não marcou pontos.
"No fim, minha corrida não fez diferença porque o Lewis venceu de maneira justa e merecida, não só a prova como o campeonato", disse.
Hamilton elogiou o parceiro de garagem, apesar das rusgas que tiveram. "Foi um ano intenso para nós. Nico foi um rival muito difícil", disse.
Foi com um beijo na namorada, Nicole Scherzinger, e abraços em seu pai, Anthony, na madrasta, Linda, e no irmão, Nicolas, que Hamilton começou a festejar ao título.
"Não tenho a menor ideia do que farei esta noite. Mas minha família está aqui, então, certamente vamos fazer um bom jantar. E acho que vou tomar uns drinques."