Folha de S. Paulo


Lenda do esporte ajudará time paraolímpico do Brasil para 2016

Um dos principais atletas olímpicos na história, o norte-americano Michael Johnson, 47, ajudará a preparação paraolímpica brasileira para os Jogos do Rio, em 2016.

Dono de quatro medalhas olímpicas de ouro e ainda detentor do recorde mundial dos 400 m (43s18), Johnson e outros dois assistentes de seu projeto de alto rendimento virão ao país seis vezes até os dois megaeventos de 2016.

A primeira vinda será de 4 a 13 de dezembro, em São Caetano do Sul, para ministrar clínicas a 13 atletas paraolímpicos, entre eles os campeões em Jogos Terezinha Guilhermina, Yohanson Nascimento e Lucas Prado, guias e técnicos.

Além disso, o norte-americano e os assistentes virão três vezes em 2015 (março, julho e dezembro) e duas em 2016 –é provável que Johnson não compareça a todas estas sessões.

Segundo Ciro Winckler, coordenador técnico do CPB (Comitê Paraolímpico Brasileiro), a procura pelo ex-corredor está ligada à meta definida pela entidade de ficar entre os cinco melhores da Rio-2016 em número de medalhas de ouro.

"Precisamos fazer algo diferente, dada a meta ousada que temos. Trazer um supercampeão para conversar e desenvolver atletas e treinadores é importante", contou Winckler à Folha.

Nos Jogos Paraolímpicos de Londres, em 2012, o Brasil ficou na sétima posição, com 21 ouros. "Os atletas participantes são os com mais chance de ir bem nos Jogos do Rio", completou o dirigente.

Winckler afirmou que, fora as vindas ao Brasil, Johnson e seu estafe acompanharão a evolução dos atletas a distância, por meio de relatórios e vídeos enviados pelo CPB.

"Eles vão verificar o material que enviamos e propor modelos de intervenção, capacitação de técnicos etc. Até mesmo que inclua mudança em técnicas de corrida".

O pacote fechado para a vinda de Johnson ao Brasil foi bancado pelo CPB e seus parceiros públicos e contou com ajuda da CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo), que assumiu algumas despesas.

"Nós nos aliamos para economizar", contou Winckler, que não revelou o valor pago pela entidade.

Recentemente, o astro também fez ações com atletas olímpicos dos 400 m. Antes de trabalhar com os atletas paraolímpicos agora, em dezembro, Johnson também fará clínica com competidores olímpicos, em Campinas (SP).

O Michael Johnson Performance, programa desenvolvido pelo ex-velocista, presta serviço a confederações e até mesmo a equipes da F-1, como a Williams.

AUSÊNCIA

O velocista Alan Fonteles, atual campeão paraolímpico dos 200 m e principal nome brasileiro, não participará do treinamento com Johnson.

Recentemente, Fonteles não foi relacionado para a seleção brasileira, em razão de seus maus resultados na temporada. O paraense pouco competiu durante o ano.

Segundo Winckler, no entanto, há possibilidade de o atleta ser convocado para as próximas clínicas com o norte-americano.


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