Folha de S. Paulo


Investigador da Fifa entra com recurso contra relatório de corrupção na Copa

Steffen Schmidt/Associated Press
Blatter durante entrevista em Zurique, na Suíça
Blatter durante entrevista em Zurique, na Suíça

Um dia depois da divulgação do relatório final do comitê de ética da Fifa a respeito das suspeitas de corrupção na escolha das sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022, o investigador-chefe do caso, Michael Garcia, apelou nesta sexta-feira (14) contra o conteúdo do documento.

O ex-promotor norte-americano pediu à Fifa que divulgue a versão integral do relatório da investigação, com cerca de 350 páginas e produzido por ele próprio, seja divulgado ao público.

Garcia alega que o resumo de 42 páginas disponibilizado pelo comitê de ética não é coerente com o texto original -esconde por exemplo, o nome dos dirigentes investigados que ainda não foram julgados pelo órgão.

O comportamento do investigador provocou uma saia-justa dentro da Fifa.

O presidente do órgão de decisão do comitê de ética da Fifa, Hans Joachim Eckert, negou que o relatório final não corresponda ao conteúdo das investigações e criticou o comportamento Garcia.

"Fiquei surpreso, não chocado [com as críticas públicas]. Normalmente, você conversa internamente primeiro se não gosta de algo", disse Eckert, que assegurou que seu relatório foi escrito "palavra por palavra de Garcia".

A divergência entre qual versão do relatório seria publicada é antiga. Garcia sempre defendeu que o documento original, fruto de sua investigação, tornasse-se público.

"Não penso que seja possível publicar a íntegra. Termos que respeitar as regras de confidencialidade da Europa. Eu não posso fazer isso", explicou.

O relatório das investigações apontou indícios de corrupção na escolha da Rússia como sede da Copa-2018 e do Qatar como organizador do Mundial-2022.

As irregularidade, no entanto, foram classificadas como "de alcance limitado" e insuficientes para que as eleições tivessem de ser refeitas.


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