Folha de S. Paulo


Em nota, Gaeco pede mais sigilo em investigação do caso Héverton

Nesta quinta-feira (13), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado - Gaeco divulgou nota à imprensa em que critica a grande quantidade de especulações em torno do caso Héverton e os envolvidos no acontecimento.

Nos últimos dias, foi divulgado que o Ministério Público do Estado de São Paulo acredita ter fortes indícios de que houve suborno para que a Portuguesa escalasse o meia Héverton de maneira irregular na última rodada do Campeonato Brasileiro do ano passado. O caso fez com que a Lusa perdesse quatro pontos e fosse rebaixada para a Série B.

O Gaeco reforça a necessidade de se preservar a imagem dos investigados, respeitando o princípio da presunção da inocência.

Dentro do Ministério Público, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) investiga a movimentação financeira de pessoas que poderiam ter interesse no rebaixamento da Portuguesa, dentro e fora do clube. Se houve mesmo o suborno, descobrir o caminho do dinheiro é a chance de se chegar com precisão aos possíveis envolvidos.

Um dos possíveis alvos da nota é o promotor do consumidor, Roberto Senise, que já afirmou ter convicção de que houve suborno dentro do clube, e que se manifesta publicamente sobre o caso em diversas ocasiões.

Manuel da Lupa, ex-presidente do clube, afirmou nesta quarta-feira (12) que está sendo alvo de calúnia, injúria e difamação, e que vai recorrer ao Poder Judiciário no momento adequado.

Valdir Rocha, advogado da Lusa por 15 anos que saiu do clube na esteira do caso Héverton, ainda não encontrou emprego e afirmou que a investigação estaria "jogando o nome de pessoas decentes na lama".

LEIA A NOTA DO GAECO NA ÍNTEGRA

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) - Núcleo São Paulo investiga a prática de possíveis delitos com eventual configuração de organização criminosa (de características ainda não perfeitamente delineadas), em relação a fatos que culminaram, direta ou indiretamente, no rebaixamento da Associação Portuguesa de Desportos à Série B, no Campeonato Brasileiro de 2013.

Trata-se de investigação na qual diversas hipóteses ainda estão sendo consideradas e que depende de aprofundamento para melhor avaliação técnico-jurídica. Isto significa a necessidade de que, ao menos por ora, o conteúdo da investigação seja mantido em sigilo, a fim de se preservar o equilíbrio entre a necessidade de providências jurídicas a partir do esclarecimento dos fatos em observação ao princípio da busca da verdade real e a preservação da imagem de possíveis investigados, nos termos do princípio da presunção da inocência.

Tatiana Callé Heilman
Promotora de Justiça designada no GAECO - Capital


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