Folha de S. Paulo


Governo e Bom Senso definem punições para atraso de salários

O governo federal deve acrescentar novos itens ao projeto da Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte, em tramitação na Câmara, após acerto em reunião nesta quarta-feira (29) do Ministério do Esporte com o Bom Senso FC, grupo que defende mudanças no futebol brasileiro.

Dentre as alterações acordadas estão a criação de um comitê de acompanhamento da aplicação da lei dentro da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e um escalonamento de punições para regras descumpridas, como atraso de salários. Neste caso, o clube começa sendo notificado e pode até ser rebaixado, se houver atraso de salário por um ano.

"Vamos encaminhar à Casa Civil as propostas em que tivemos consenso para, depois que o governo autorizar, acrescentar ao projeto de lei", afirmou o secretário nacional do Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, Toninho Nascimento.

Reprodução-05.ago.2014/Twitter/BomSensoFC
Jogadores do Bom Senso F.C. se manifestam no Congresso sobre Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte, em agosto
Jogadores do Bom Senso F.C. se manifestam no Congresso, em agosto

O ponto principal do projeto, porém, é a renegociação de dívidas dos clubes, estimadas em um total de R$ 4 bilhões atualmente. O clube que descumprir as regras perde o direito de pagar a dívida com condições especiais e também não poderá receber dinheiro público ou se beneficiar de benefícios fiscais por dois anos, contados da rescisão do contrato.

A reunião que discutiu novos pontos do projeto não teve a presença de representantes dos clubes.

Apesar de o projeto já estar em tramitação e pronto para votação no plenário, o Ministério do Esporte prevê que enviará as mudanças antes da aprovação do projeto, para que elas já sejam contempladas.

Em julho, a presidente Dilma Rousseff (PT) havia chamado uma rodada de conversas jogadores e executivos ligados ao Bom Senso para discutir nova lei que propõe o refinanciamento das dívidas dos clubes.

Estudo da consultoria Itaú BBA com base nos balanços de 23 clubes que passaram pela primeira divisão do Brasileiro entre os anos de 2010 e 2013, concluiu que o futebol brasileiro ignorou a retração da economia e a desaceleração do mercado esportivo no país e ampliou seus gastos em uma proporção maior que as receitas durante a temporada passada.


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