Folha de S. Paulo


Fifa diz ser complicado publicar investigação sobre corrupção

A Fifa não vai publicar na íntegra o documento que contém informações de investigação sobre corrupção na entidade.

O "Relatório Garcia", formulado por Michael Garcia, chefe da câmara de investigação do comitê de ética da Fifa, detalha alegações de corrupção e suborno na entidade relacionadas às Copas da Rússia (2018) e do Qatar (2022). Com 350 páginas, o relatório será divulgado oficialmente em novembro.

"Publicar integralmente o documento colocaria a comissão de ética da Fifa, assim como a Fifa em seu conjunto, em uma situação complicada, especialmente do ponto de vista jurídico, já que contém detalhes apurados por pessoas pelas quais há que se garantir a confidencialidade", disse Hans-Joachim Eckert, presidente do órgão de decisão da comissão de ética da entidade.

"E ainda temos que proteger os direitos pessoais das pessoas mencionadas no documento, e se o relatório fosse publicado em sua integridade, violaria este direito com a toda a probabilidade", afirmou Eckert.

O antigo vice-presidente da Fifa, Mohammad bin Hammam, é acusado de ter distribuído aproximadamente cinco milhões de dólares (cerca de R$ 12 mi) para garantir votos para o Qatar como sede da Copa. A Fifa "nega firmemente" as acusações.

Até mesmo a Coca-Cola, parceira da Fifa desde 1974 e patrocinadora da Copa do Mundo desde 1978, já demonstrou preocupação com os procedimentos de transparência da entidade máxima do futebol.

Philippe Desmazes - 2.dez.2010/AFP
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, durante o anúncio da sede da Copa de 2022
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, durante o anúncio da sede da Copa de 2022

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