Folha de S. Paulo


CBF vetou microfones ao redor de Dunga no jogo contra o Japão

Após Dunga ser flagrado discutindo com integrantes da comissão técnica da Argentina, na vitória por 2 a 0, a CBF pediu para que os microfones instalados na área técnica da seleção brasileira fossem retirados no amistoso desta terça-feira, contra o Japão, em Cingapura.

Segundo o canal Sportv, que transmitiu a partida, o pedido foi feito pelo técnico da seleção brasileira. A assessoria de imprensa da CBF, porém, afirmou à Folha que o veto foi uma decisão do coordenador da seleção, Gilmar Rinaldi. Ele alegou que não havia microfones na área técnica da seleção japonesa e que, por isso, os que estavam ao redor de Dunga deveriam ser retirados para o técnico "ter privacidade para trabalhar".

No sábado, o Sportv, a emissora da Rede Globo, flagrou um técnico numa acalorada discussão com o banco adversário. Num certo momento, o treinador esfrega o nariz repetidamente e aponta para um dos membros da comissão técnica argentina dizendo: "Você é igualzinho".

Reprodução/SporTV
Dunga esfrega o nariz em direção aos integrantes da comissão técnica da argentina, em amistoso disputado na China
Dunga esfrega o nariz em direção aos integrantes da comissão técnica da argentina

O gesto foi interpretado por alguns como uma referência ao uso de cocaína do ex-jogador Maradona, mas Dunga negou que essa tenha sido a sua intenção ao ser questionado por um repórter da TV Globo. O treinador afirmou que era uma menção ao fato de os jogadores terem o nariz bloqueado, por causa da forte poluição na capital chinesa.

"Quem está falado que usou droga ou não é você", rebateu Dunga. "Nós estamos trabalhando na seleção brasileira e eu acredito que o torcedor brasileiro quer um time competitivo e com sangue na veia. Se quiser um time mais tranquilo e ponderado, aí depende das escolhas".

O atrito se ampliou devido a uma confusão na tradução da pergunta, que teve que ser repetida. A esta altura, era visível a irritação de Dunga.

Depois de manter uma relação turbulenta com a imprensa em sua primeira passagem pela seleção, que durou até a Copa de 2010, o técnico voltou ao cargo em julho prometendo ter mais paciência para evitar novas rusgas.


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