Folha de S. Paulo


Dunga critica organização de jogo contra a Argentina na China

O técnico Dunga não escondeu sua insatisfação com a organização do Superclássico das Américas contra a Argentina, que será disputado neste sábado (11), às 9h05 (horário de Brasília), em Pequim. A viagem longa, o fuso horário e a forte poluição na capital chinesa estão longe das condições desejáveis, reclamou Dunga.

Ele criticou ainda a regra que limita a apenas três o número de substituições que os treinadores poderão fazer, por tratar-se de um jogo oficial:

"Atrapalha a qualidade do espetáculo fazer uma viagem desgastante como essa e poder trocar só três jogadores. A adaptação é muito difícil, até agora os jogadores não conseguiram dormir a noite toda. O ideal seria ter mais trocas, os jogadores teriam outro rendimento e o próprio jogo teria outra dinâmica."

Dunga também criticou o foco excessivo no confronto entre Neymar e Messi Em cartazes espalhados pela capital chinesa, o Superclássico das Américas tem sido promovido há meses como um duelo entre os dois jogadores do Barcelona. Os ingressos estão esgotados.

"É uma coisa que as pessoas que estão de fora fazem e nós não podemos fazer nada. Eles criam esse monstro e depois nós temos que domar", desabafou o treinador. Ele disse que não terá um esquema especial de marcação sobre Messi, e que o importante é o jogo coletivo do Brasil.

Por contrato, as seleções tinham que trazer seus principais astros. Caso contrário, pagariam multa milionária. Uma fonte próxima à organização estimou a multa em US$ 3 milhões.

Jason Lee/Reuters
Cartaz promocional exibido em Pequim do jogo da seleção brasileira contra a Argentina
Cartaz promocional exibido em Pequim do jogo da seleção brasileira contra a Argentina

ESCALAÇÃO

No último treino antes da partida, Dunga repetiu a formação do dia anterior, com o volante Elias no meio campo. O time titular deve começar com Jefferson, Danilo, Miranda, David Luiz e Filipe Luís; Luiz Gustavo, Elias, Oscar e Willian; Neymar e Diego Tardelli.

Sobre o esquema que usará contra a Argentina, Dunga indicou que o time jogará nos contra-ataques.

"Qualquer treinador que quer agradar a imprensa e a torcida diz que vai para cima, mas na hora de jogar joga se defendendo e atacando quando tem a bola com velocidade como é o futebol moderno, ninguém joga tão aberto assim", disse.

Já o técnico argentino, Gerardo "Tata" Martino, descartou um suposto favoritismo pelo fato de seu time ter mantido a base do que se sagrou vice-campeão do mundo no Brasil, enquanto a seleção brasileira está num momento de reformulação após a chegada de Dunga.

Segundo Martino, que também assumiu a equipe depois da Copa, as duas seleções tem mais ou menos o mesmo número de jogadores que não estiveram no Mundial. Ele não espera um Brasil ainda abatido com a eliminação humilhante da seleção brasileira na Copa.

"Minha impressão é de que para o Brasil a Copa já ficou para trás", disse o treinador, que elogiou o desempenho da seleção nos amistosos em que venceu Colômbia e Equador, no mês passado. Especialmente a saída rápida nos contra-ataques.

Técnico de Neymar e Messi no Barcelona no ano passado, Martino que sua convivência com o brasileiro não facilita a missão de conte-lo. "É difícil prever o que o Neymar fará em campo, por isso ele é um jogador que desequilibra", disse o treinador argentino. "A minha sorte e de Dunga é que não teremos que enfrentar Neymar e Messi do mesmo lado".


Endereço da página:

Links no texto: