Amigos, amigos, Mundial à parte. José Roberto Guimarães, 60, conhece o também brasileiro Marcos Kwiek, 47, há mais de 20 anos. Nesta sexta-feira (10), porém, o técnico da seleção brasileira eliminou o amigo, treinador da República Dominicana, do Mundial feminino de vôlei.
As comandadas de Zé Roberto não deram chance às surpreendentes dominicanas e venceram a partida por 3 sets a 0 (parciais de 25/19, 25/21 e 25/17). Destaques para o bloqueio brasileiro, que fez 11 pontos contra quatro do rival.
A única vantagem das caribenhas na arena para 12 mil pessoas em Milão era a torcida –não pela quantidade, já que a maioria era de italianos, mas por quatro barulhentos torcedores com buzinas incessantes nas mãos.
Por falar em som, Kwiek cantou os dois hinos nacionais antes do jogo. Mesmo assim não foi poupado pela equipe na qual foi assistente-técnico entre 2003 e 2007.
A seleção brasileira já entrou classificada para as semifinais, mas precisava ganhar ao menos dois sets para seguir como líder. Já as dominicanas precisavam vencer para passar de fase. Mesmo assim Zé Roberto colocou todas as titulares no jogo desde o princípio. Ganhou a partida, e a China se classificou na segunda vaga do triangular.
Foi Zé Roberto quem deu a primeira chance a Kwiek como "professor de voleibol", em Barueri, em 1993. O pupilo, treinador da equipe dominicana desde 2008, aprendeu muito e conseguiu levar a seleção do caribe para uma classificação inédita, entre as seis melhores do mundo. O mestre, entretanto, continua sendo o tricampeão olímpico.
Após 11 jogos no Mundial da Itália, o time de Zé Roberto continua sendo o único invicto. Agora faltam dois jogos, neste sábado e domingo, para ele levar a seleção feminina ao inédito título mundial. O Brasil vai enfrentar os Estados Unidos na semifinal –a anfitriã Itália enfrenta a China.
Este será o terceiro Mundial consecutivo que as brasileiras avançam às semifinais. Nos dois anteriores (2006 e 2010), a seleção perdeu a decisão para a Rússia. Em 1994, em casa, o Brasil também foi vice.