Folha de S. Paulo


Melhor defensora do Mundial de vôlei, Camila ressalta a experiência do time

Baixinha, mineirinha, Camila (ou Camilinha) Brait, 25, cresce quando veste seu uniforme de vôlei –que é outra diferença em relação às demais, pois a jogadora de 1,70 m é a líbero da seleção.

Pelas regras, Camila não pode atacar. Então defende como poucas. É a melhor do Mundial na função, com média de cinco defesas por set.

Desempenho que ajudou o Brasil a ser o único invicto da competição até o início da terceira fase. Nesta quarta (8), às 12h30, a seleção enfrenta a China, em Milão, na Itália.

Caso se classifique no grupo, que ainda tem a República Dominicana, a seleção de Zé Roberto disputa a semifinal no sábado, dia 11.

"Não fico preocupada com desempenho pessoal. Sou apenas uma peça dessa engrenagem. O grupo faz um ótimo Mundial, mas ainda faltam alguns passos para atingir nosso objetivo", diz Camila à Folha.

Nos dois últimos Mundiais, o Brasil também foi bem, mas caiu na final, nas duas ocasiões, diante da Rússia. A líbero é a única das atuais titulares que não participou da decisão há quatro anos.

"A diferença é que hoje estamos mais experientes. O Mundial é uma competição dura e longa. Ter criado essa casca é importante", diz Camila, que estava no elenco em 2010 mas jogou só na estreia.

Yuya Shino - 20.ago.2014/Reuters
Camila Brait, 25, em jogo do Grand Prix, que antecedeu o Mundial
Camila Brait, 25, em jogo do Grand Prix, que antecedeu o Mundial

Campeã mundial juvenil, em 2007, ela está na seleção adulta desde 2009. Nesses anos, foi reserva de Fabi, 34, que se aposentou da equipe nacional em junho passado, mas continua no time do Rio.

"A Fabi é um exemplo de liderança. É o que eu mais estou tentando fazer, me tornar uma líder em quadra. Tento manter o nível da Fabi e tenho na cabeça todos os conselhos que ela me deu", diz.

Fabi devolve: "Me sinto orgulhosa de vê-la jogando bem. Eu sabia que brilharia com a seleção quando tivesse uma chance".

Um dos conselhos que a bicampeã olímpica deu a Camila foi "fazer hora extra". É o que está acontecendo na Itália, não só nos treinos. Camila é a única da seleção que atuou em todos os nove jogos.

Zé Roberto poupou as titulares no fácil duelo contra Camarões e na partida contra os EUA, na qual ambas as equipes já estavam classificadas. No jogo contra as africanas, a reserva Léia estava machucada, por isso Camila jogou. Já diante das norte-americanas, foi uma opção do técnico mantê-la.

"Estar em quadra é muito melhor do que ficar do lado de fora. Ali você pode ajudar mais, correr, pular, dar tudo. É o que tento todos os jogos".

E é o que ela está conseguindo fazer neste Mundial.

NA TV
Brasil x China
12h30 SporTV


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