Folha de S. Paulo


Olimpíada do Rio terá menos seguranças privados que Londres-2012

Os Jogos Olímpicos do Rio vão ter 7.000 seguranças privados a menos que o contratado para Londres, sede da última Olimpíada em 2012.

O Brasil pretende contratar em janeiro as empresas que deverão garantir o emprego de 17 mil vigias nas áreas sob o comando do Comitê Organizador, como a vila olímpica e locais de treinamento e competição em 2016. Além do Rio, pelo menos outras quatro cidades vão abrigar partidas de futebol.

Quatro anos antes, Londres planejou empregar 24 mil seguranças, 29% a mais que o efetivo previsto para atuar na Rio-2016.

"Isso não quer dizer que baixa o nível [de segurança]. É o número necessário", pondera Luiz Fernando Corrêa, ex-chefe da Polícia Federal e atual diretor de segurança da Rio-2016, que pretende usar as forças públicas para reforçar o policiamento.

A mesma lógica será usada nos Jogos Paraolímpicos, que contarão com 7.000 seguranças particulares, 4.500 a menos que em Londres.

Corrêa apresentou os números em um seminário em Brasília, promovido pela Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal.

Para ele, Londres previu um efetivo maior pelo nível de risco de atos terroristas. Em 2005, a capital inglesa foi alvo de ataques no transporte público, promovidos por extremistas muçulmanos.

"Não que não estejamos considerando [o risco de terrorismo]. Existe uma capacidade de otimização, apesar de serem quatro regiões distintas da cidade", avalia Corrêa, explicando que os Jogos do Rio estarão espalhados em diferentes espaços em quatro regiões da cidade.

A abertura e o encerramento, além de jogos de futebol, acontecerão no Maracanã. O Engenhão, por exemplo, vai abrigar as provas de atletismo. Na Barra acontecerão as disputas de esportes aquáticos e ginástica artística e rítmica. Em Copacabana, modalidades disputadas ao ar livre como o triatlo, ciclismo e vela. Deodoro, por sua vez, abrigará competições como tiro, esgrima, rúgbi e golfe.

CONTRATOS

Em Londres, a organização dos Jogos teve problemas com a empresa de segurança que, às vésperas da abertura, não honrou o contrato para empregar 24 mil seguranças particulares. Foi preciso acionar a Scotland Yard, a polícia metropolitana de Londres, para reforçar a segurança.

Para evitar dor de cabeça, o Comitê Organizador pretende contratar com um ano e meio de antecedência as empresas de segurança. A ideia é treinar todos os terceirizados. "Em janeiro assina o contrato com as empresas e passa a monitorá-las, prepará-las", afirmou Corrêa.

Além dos 17 mil vigias, o Comitê Organizador pretende contratar 162 pessoas para gerenciarem essa "tropa" de terceirizados. A ideia é contar com uma estrutura diferente e mais profissional que na Copa do Mundo.

"Nós não trabalhamos com esse nome steward. Só trabalhamos com vigilantes. Os stewards se assemelham muito com o voluntário de segurança que é o facilitador", observa o diretor de segurança, dizendo que a Rio-2016 terá uma equipe à parte para atuar com recepção de comissões técnicas e visitantes.

Corrêa destaca que a antecedência com que as ações estão sendo planejadas foi elogiada pelo COI (Comitê Olímpico Internacional).


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