Folha de S. Paulo


Com patrocínio de R$ 10 milhões, Brasileiro feminino começa na quarta

Técnico da seleção brasileira feminina de futebol desde abril, Vadão fez um apelo nesta segunda-feira (8), durante o lançamento do Campeonato Brasileiro Feminino de Futebol-2014.

"Apelo para que a gente jogue mais futebol feminino no Brasil. Deixemos de lado esse preconceito que carregamos nas costas. Precisamos aumentar o número de jogadoras nos clubes. Temos uma grande dificuldade de captação de atletas", afirmou o treinador, que já se diz "envolvido emocionalmente" com a modalidade.

O torneio, organizado pela CBF e patrocinado pela Caixa Econômica Federal, será realizado entre os dias 10 de setembro e 29 de novembro e contará com a participação de 20 clubes de dez estados brasileiros.
Das equipes de "camisa", apenas Avaí, Bahia, Chapecoense, Botafogo, Náutico, Portuguesa, Sport e Vitória inscreveram suas atletas.

"Precisamos fomentar as divisões de base com competições regulares e permanentes. Daí serão reveladas as atletas que vão compor nossa seleção", argumentou Aldo Rebelo, ministro do Esporte, também presente no evento desta manhã.

"O futebol abre perspectiva para as nossas garotas, é um mecanismo de inclusão social. Temos que valorizá-lo", acrescentou.

Para a competição, a Caixa investiu cerca de R$ 10 milhões, que serão destinados à logística de deslocamento dos times, arbitragem, segurança, ambulância e tudo o que for necessário para que o "campeonato seja disputado nas melhores condições", nas palavras de Gilson César Pereira Braga, superintendente nacional de Loterias da Caixa.

"Nossa intenção é fazer com que esse esporte tenha a estrutura necessária para que possa se desenvolver", completou.

O regulamento do Brasileiro-2014 prevê quatro fases de disputas. Na primeira, serão quatro grupos de cinco clubes cada e se classificam dois times por chave. Na segunda, as equipes formarão dois grupos de quatro, com jogos de ida e volta. Dois clubes por chave avançam às semifinais, que consistem em disputas tipo "mata-mata", também com jogos de ida e volta. Os vencedores de cada confronto brigam pelo título em duas partidas.

DIFICULDADES

Ex-jogadora da seleção brasileira, Michael Jackson, hoje coordenadora-geral de futebol profissional do Ministério do Esporte, espera que a retomada do Brasileiro deste ano seja "o primeiro passo" para o desenvolvimento da modalidade.

Para ela, embora o esporte tenha avançado em relação à época em que era atleta, o grande problema do futebol feminino no país incide na inexistência de um calendário de competições. "A partir do momento em que você tem um calendário, tudo fica mais fácil", opinou.

A falta de campeonatos regulares dificulta, entre outras coisas, a descoberta de novos talentos. E isso reflete diretamente na seleção brasileira.

"No momento, a gente não vai conseguir captar muitas atletas diferentes das que temos hoje. O que podemos fazer é melhorar o trabalho com aquelas que já estão no grupo", explicou Vadão.


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