Folha de S. Paulo


Cânticos de torcidas de Grêmio e Internacional mencionam macacos

Rivalidades à parte, tanto a torcida do Grêmio quanto a do Inter cantam hinos que fazem referências aos primatas.

Após o episódio de racismo contra o goleiro do Santos, a torcida Geral do Grêmio cantou, na partida contra o Bahia, no domingo (31), uma provocação ao Inter: "Somos campeões do Mundo, da Libertadores também, chora macaco imundo, que nunca ganhou de ninguém" e ainda "somos a banda mais louca, a banda louca da Geral, a banda que corre os macacos do Internacional".

Os colorados, por sua vez, assumem o apelido em versos como "Me chamam de macaco, mas não é pela minha cor... é porque sou colorado e pelo Inter tenho amor!".

Para Alexandre Rossato, advogado da gremista Patrícia Moreira, identificada por câmeras de TV chamando o goleiro Aranha de "macaco", "o termo é só mais um termo utilizado dentro do futebol" e não denota racismo.

A origem do apelido pode remontar à fundação do Grêmio, em 1903. Por alguns anos, o tricolor gaúcho não aceitou jogadores negros, que foram absorvidos pelo time rival anos depois.

Os dois mascotes do Inter também são negros: o Saci, que surgiu na década de 1950, e o Macaco Escurinho, batizado em homenagem ao jogador da década de 1970.

O Grêmio rejeita o rótulo de racista, alegando que seu hino foi composto por Lupicínio Rodrigues, que era negro, assim como Everaldo, jogador homenageado com uma estrela no brasão do tricolor.

"Para a torcida do Inter, nem o macaco nem a cor são problemas. O próprio Inter utiliza isso porque acha o macaco respeitável. O problema está na intenção de injuriar, denegrir, ofender", diz Mário Chaves, vice-presidente jurídico do Internacional.


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