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Apenas Flamengo teve melhora significativa após trocar de técnico

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O Flamengo subiu saiu da lanterna e foi à 9ª colocação desde que Luxemburgo (foto) assumiu o clube
O Flamengo subiu saiu da lanterna e foi à 9ª colocação desde que Luxemburgo (foto) assumiu o clube

A "estratégia" de demitir treinadores para melhorar o desempenho dos clubes não tem rendido bons resultados neste Brasileiro.

Desde o começo do campeonato, 12 dos 20 clubes trocaram de técnico, mas apenas o Flamengo teve uma melhora significativa em sua classificação –desde que Luxemburgo assumiu, o time foi da lanterna à 9ª colocação.

Com as saídas de Gareca, do Palmeiras, e Oswaldo de Oliveira, do Santos, nesta semana, o times da série A chegaram à marca de 18 trocas de treinadores em 18 rodadas do Campeonato Brasileiro. Dessas, nove resultaram em ascensão –normalmente pouco significativas– na tabela, seis em queda e três em manutenção da posição.

Depois do Flamengo, o Chapecoense foi o time que mais subiu após troca (de Gilmar Dal Pozzo por Celso Rodrigues) –foram cinco posições, da 20ª à 15ª. A situação do clube catarinense, porém, pouco mudou –ainda está a 2 pontos da zona de rebaixamento e a 4 de voltar à lanterna.

Grêmio, de 10º para 6º, e Figueirense, de 18º para 14º, subiram quatro posições, mas novamente a melhora representou pouco. No período, o time gaúcho, que trocou Enderson Moreira por Felipão, aumentou de três para quatro pontos sua distância do G-4, enquanto os catarinenses, após trocar Guto Ferreira por Argel Fucks, continuam ameaçados, a apenas quatro pontos da zona de rebaixamento.

Eduardo Anizelli/Folhapress
Gareca (foto) assumiu o Palmeiras depois de Kleina, mas não livrou time da ameaça de rebaixamento
Gareca (centro) não livrou Palmeiras da ameaça de rebaixamento e foi demitido nesta semana

Das trocas com efeitos negativos, a mais prejudicial foi a saída de Ney Franco do Vitória, único caso em que foi o treinador que se demitiu. Sob o comando do sucessor Jorginho, o time despencou 7 posições na tabela, da 12ª para a 19ª posição, desempenho que culminou em sua demissão e na volta de Ney Franco ao time capixaba.

O próprio Flamengo, que teve uma experiência bem sucedida com Luxemburgo, teve mais cedo no Campeonato uma troca de técnico que resultou em fracasso. O time estava em 16º quando demitiu o técnico Jayme de Almeida, ainda na quarta rodada do Brasileiro. Seu sucessor Ney Franco acabou levando o time à lanterna do campeonato, quatro posições abaixo.

Outras demissões resultaram em ascensões ou quedas de até três posições, que tampouco alteraram significativamente a situação dos clubes. Criciúma, Palmeiras e Santos demitiram seus treinadores recentemente e não mudaram suas posições na tabela.

RECUPERAÇÃO

Desde que Luxemburgo assumiu o Flamengo, na 12ª rodada, o time iniciou uma recuperação no Brasileiro. Em sete jogos, foram seis vitórias e uma derrota; nove gols marcados e três tomados.

Com isso, o time saiu da lanterna com apenas sete pontos e está na 9ª colocação com 25 pontos. Ambições maiores que um campeonato sem sustos, porém, ainda parecem improváveis –a equipe está a 12 pontos do Corinthians, último do G-4, e a 22 pontos do líder Cruzeiro.

A boa campanha no Flamengo marca a volta de Luxemburgo após o maior período de desemprego de sua carreira recente. Contratado em julho pelo time carioca, o treinador não trabalhava há 8 meses, desde que foi demitido do rival Fluminense, em novembro, a três rodadas do fim do Brasileiro.

Até então, o maior hiato de sua carreira havia sido os de dois meses sem trabalhar entre sua saída do Cruzeiro e a contratação pelo Santos, em 2004.

Foi nessa passagem pelo Santos, aliás, que Luxemburgo conquistou seu último título de expressão. Na oportunidade, foi campeão do Campeonato Brasileiro.

Desde então, o técnico conquistou apenas títulos estaduais com Flamengo, Atlético-MG, Palmeiras e Santos.

Colaborou LUIZ COSENZO


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