O meia Zé Roberto condenou as ofensas racistas da torcida do Grêmio ao goleiro Aranha durante jogo desta quinta-feira (28), em Porto Alegre, pela partida de ida das oitavas de final da Copa do Brasil.
As ofensas racistas aconteceram no final da etapa complementar. Imagens da ESPN Brasil, que transmitia a partida, mostram ao menos uma torcedora gritando o que parecia ser 'macaco'.
"Vivemos em um país racista. O Brasil é um país que infelizmente ainda hoje isso acontece muito. Como pegou a imagem e sabe quem é a pessoa, tem que ter punição", disse Zé Roberto, 40.
"É lamentável viver no século 21 e estar passando por situações como essa, independente com quem seja. Só tenho que lamentar, aconteceu com um torcedor da nossa equipe para com um jogador da equipe adversária. Só lamento que o próprio clube sai punido por não ter nada a ver. Se tratando de um torcedor, às vezes o clube é punido, sendo que quem tem que ser punido é quem teve o ato de racismo", completou.
Logo após o término da partida, Aranha deixou o campo nervoso e relatou como aconteceram as ofensas racistas.
"A torcida pegar no pé é normal, mas aí começaram com palavras racistas, como preto fedido e cambada de preto. Aguentei até que começaram com o canto de macaco. Fico nervoso, desculpa a palavra, fico mais puto com essas coisas acontecendo aqui", afirmou o goleiro, em entrevista à ESPN Brasil.
"Quando me chamaram de preto, eu disse que sou preto sim, sou negão sim. Sempre tem alguns racistas aqui no meio. Está dado o recado para ficar esperto para a próxima partida", completou.
Em março, o volante Arouca, do Santos, também foi alvo de ofensas racistas em um jogo contra o Mogi Mirim, pelo Campeonato Paulista.
Em julgamento, no Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo, o Mogi Mirim foi punido a pagar R$ 50 mil de multa por causa do episódio de racismo.
| Pedro H. Tesch/Brazil Photo Press/Folhapress | ||
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