Folha de S. Paulo


PT suspende por 60 dias vereador acusado de matar palmeirense

Por unanimidade, a cúpula do PT paulista aprovou nesta segunda-feira (25) a suspensão do vereador de Francisco Morato e membro da Gaviões da Fiel Raimundo César Faustino, por 60 dias, dos quadros do partido. Ele é suspeito de envolvimento na morte de um torcedor palmeirense.

A decisão também foi aplicada a outros dois filiados: Leonardo Gomes dos Santos e Gentil Chaves Siani, que também são investigados por envolvimento na briga de torcidas que provocou a morte de Gilberto Torres Pereira, 31 anos.

Com a decisão, Faustino deixará de ter direito a espaço na propaganda eleitoral do PT, uma vez que busca uma vaga na Assembleia Legislativa de São Paulo nas eleições de outubro.

A Executiva estadual do PT decidiu ainda encaminhar o caso para análise da Comissão de Ética que terá 60 dias para apresentar um relatório sobre o futuro político do vereador.

Segundo petistas ouvidos pela Folha, caso a Justiça determine a prisão do vereador, ele deve ser expulso do partido. Pela legislação eleitoral, se perder a filiação, ele não poderá disputar as eleições.

O presidente do PT paulista, Emidio de Souza, afirmou que a legenda aguarda as investigações da Polícia e da Justiça para verificar se novas medidas serão necessárias.

"Os indícios que existem hoje são suficientes para a suspensão. Não temos tolerância para violência e não vamos compactuar com qualquer tipo de agressão", disse o petista.

Na reunião, Faustino, também conhecido como Capá, negou que estivesse no local no momento em que o palmeirense foi atingido. Ele manteve sua versão de que foi chamado ao local após a briga.

Pereira foi enterrado na sexta-feira (22). O palmeirense foi gravemente ferido durante uma briga entre torcedores ligados à Mancha Alviverde, do Palmeiras, e membros da Gaviões da Fiel, do Corinthians, no domingo (17), em frente à estação da CPTM de Franco da Rocha. Ele morreu na madrugada de quarta para quinta.

De acordo com a Polícia Militar, Faustino –conhecido como Capá– teria fugido do local da briga e, por isso, não foi detido em flagrante. Mas foi indiciado por crimes de homicídio, rixa qualificada e lesão corporal. Ele prestou depoimento na segunda (18) e foi liberado.

Por causa da briga, outras seis pessoas –dois corintianos e quatro palmeirenses– foram detidas em flagrante. Os palmeirenses responderão em liberdade enquanto os corintianos seguem presos.


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