Folha de S. Paulo


Com Gareca, Palmeiras erra mais nos fundamentos do que com Kleina

Apesar de prestigiado pela diretoria e por torcedores do Palmeiras, o técnico Ricardo Gareca, que ainda não venceu no Campeonato Brasileiro desde que assumiu o cargo –foram cinco derrotas e um empate–, viu o desempenho do time piorar em relação à equipe comandada por Gilson Kleina, demitido pouco antes da Copa do Mundo.

Números do Datafolha mostram que, em relação aos 23 jogos da equipe de Kleina em 2014, o Palmeiras piorou em fundamentos como passes, finalizações, domínio de bola e cruzamentos. Em compensação, o time melhorou na quantidade de desarmes e de dribles.

No caso das finalizações, os jogadores de Gareca finalizam menos (12 por partida, contra 14 dos comandados de Kleina) e têm pontaria piorada (quatro finalizações certas por jogo, contra cinco do time de Kleina).

Em termos de passes, o time de Gareca troca mais (319 por jogo, ante 311 do time de Kleina), mas dá mais passes errados (58 por jogo, ante 50 dos jogadores de Kleina), resultando em percentual de acerto de passes reduzido (82% com Gareca contra 84% com Kleina).

O time de Gareca cruza um pouco mais que o de Kleina (21,5 por jogo, ante 20 com Kleina), mas erra muito mais no fundamento (18 cruzamentos errados por jogo, contra 15 dos escolhidos de Kleina).

Há também uma diferença considerável em relação a bolas perdidas, que chegam a 49 por jogo com Gareca e ficavam na média de 40 com seu antecessor.

Julia Chequer - 3.ago.2014/Folhapress
O técnico Ricardo Gareca durante partida do Palmeiras
O técnico Ricardo Gareca durante partida do Palmeiras

A queda de qualidade em todos esses fundamentos desemboca nas médias de gols marcados e de gols sofridos. Com Gareca, o time encontra dificuldades em marcar gols (0,9 por jogo, contra 1,6 com Kleina) e tem sofrido com sucessivas falhas defensivas (1,4 gol sofrido por partida com Gareca, ante 1 gol por partida com Kleina).

LADO BOM

Em contrapartida, o time treinado pelo argentino parece ter mais "pegada". Os números do Datafolha mostram aumento significativo na média de desarmes, que chegam à casa dos 140 por jogo - muito mais que os 114 da equipe treinada por Kleina.

Além disso, a média de dribles por jogo também aumentou (atualmente 14 em comparação com os 12 com Kleina). A chegada de jogadores habilidosos como os argentinos Mouche e Allione pode ajudar a explicar a melhora no fundamento.

A favor de Gareca, pode ser feita a ressalva de que o treinador enfrentou diversos adversários difíceis, com elencos fortes e que atualmente disputam a parte de cima da tabela do Campeonato Brasileiro, como Santos, Cruzeiro, Corinthians, Atlético-MG e São Paulo.

Em seus próximos jogos, em que treinará a equipe diante de adversários mais modestos, como Sport, Coritiba e Criciúma, Gareca terá que transformar em realidade a boa impressão que tem passado à sua torcida.

O Palmeiras enfrenta o Sport às 19h30 desta quarta-feira (20), na Arena Pernambuco, pela 16ª rodada do Brasileiro. O zagueiro Victorino e o volante Wesley são as novidades no time, nos lugares de Lúcio (suspenso) e Valdivia (lesionado), respectivamente.


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