Folha de S. Paulo


Falta de centroavantes é o primeiro desafio de Dunga na seleção

Dunga gosta de seus times com centroavante em campo.

Foi assim na primeira passagem pela seleção e também no Inter-RS, suas duas experiências como técnico. Deve se repetir no Brasil que ele começa a montar para o ciclo até a Copa-2018, na Rússia.

Há dúvidas em quase todas as posições na lista que o treinador divulgará nesta terça (19), às 11h30 na sede da CBF, no Rio, para os amistosos contra o Equador, dia 5, e a Colômbia, dia 9, nos EUA.

Mas a posição de referência no ataque gera ainda mais dilemas pela falta de opções.

Titulares nas últimas duas Copas, Luis Fabiano (2010) e Fred (2014) estão com mais de 30 anos. Além disso, convivem com lesões.

Editoria de arte/Folhapress

Potenciais concorrentes mais jovens, como Alexandre Pato, 24, e Leandro Damião, 25, precisam se firmar.

Dunga observa Pato com atenção, pois já o testou na primeira passagem pela seleção, entre 2006 e 2010. Damião, que não faz um gol desde 30 de março, foi o titular do técnico no Inter, em 2013.

"É difícil mesmo falar um nome de centroavante para a convocação", disse Careca, titular nas Copas de 1986 e 1990.

"Ele é da minha geração, por isso gosta de um homem de área. Acho que o futebol moderno, com a movimentação dos jogadores, fez com que o finalizador se tornasse algo raro", afirmou Careca.

Dunga rejeita adiantar um meia ou colocar um "falso 9", o atacante rápido que joga enfiado entre os zagueiros.

Pelo menos foi o que deu a entender em entrevista ao "Correio Braziliense", quando afirmou que Neymar, sempre favorito a jogar mais adiantado, atuará em sua posição, aberto, com liberdade, e não preso entre zagueiros.

Na seleção, Dunga testou 13 centroavantes. Em 60 jogos sempre teve um homem de referência no ataque e três foram os preferidos, todos trintões atualmente.

Em um primeiro momento, o titular era Fred, que já avisou que não quer mais jogar pela seleção. Vágner Love foi o titular campeão da Copa América de 2007, na Venezuela, mas depois perdeu espaço para Luis Fabiano, o escolhido como titular na Copa da África do Sul.

DESDE A BASE

O técnico Alexandre Gallo, que coordena as seleções de base e será o técnico do time sub-23 que tentará o ouro olímpico em 2016, também sofre com a camisa 9.

Para amistosos em setembro, chamou Ademilson, do São Paulo, e Vinícius Araújo, vendido no início do ano pelo Cruzeiro ao Valencia. Ambos vivem fases irregulares.

"Temos um padrão nos times de base, que é jogar no 4-3-3, com um centroavante. No time sub-20 temos usado o Thalles, do Vasco. No sub-21 [que é base olímpica] já testamos até adiantar o Luan, do Grêmio, para atuar mais entre os zagueiros", disse Gallo.

Vanderlei Almeida-22.jul.2014/AFP
O técnico da seleção brasileira, Dunga, durante uma entrevista
O técnico da seleção brasileira, Dunga, durante uma entrevista

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