Folha de S. Paulo


Com seca de gols no Brasileiro, clubes buscam repatriar atacantes da Europa

Após 13 rodadas, o Brasileiro-2014 vive seu pior momento em relação ao mesmo período nas últimas oitos edições –desde que passou a ser disputado por 20 clubes.

Tem as menores médias por equipe de gols, finalizações, dribles e cruzamentos, segundo o Datafolha. Curiosamente fundamentos ofensivos. E é justamente esse setor que tem movimentado mais os clubes.

Comparação do Brasileiro com a Copa provoca polêmica

Ian MacNicol-25.nov.2013/AFP
O atacante Robinho
O atacante Robinho

A bola da vez é o atacante Robinho, 30, do Milan, que está próximo de acertar sua terceira passagem pelo clube, emprestado pela equipe italiana. Nesta quarta (6), ele postou uma foto com a camisa do Santos.

Nilmar, também de 30, está na mira de Corinthians e Internacional. O atacante rescindiu contrato com o El Jaish, do Qatar, no fim de julho, e está livre para negociar.

"Nilmar se encaixaria na maioria dos clubes. Estou entre os técnicos que gostam dos grandes jogadores", disse o corintiano Mano Menezes.

Fadi Al-Assaad - 18.mai.2013/Reuters
Nilmar comemora gol pelo Al-Rayyan
Nilmar comemora gol pelo Al-Rayyan

Até Willian José, que está no time B do Real Madrid, ganhou holofotes. O Palmeiras não confirma oficialmente, mas já recebeu o atleta para exames médicos e acertou os valores a serem pagos.

As caras novas, no entanto, não são tão novas assim. O trio citado já disputou o Brasileiro outras vezes, apesar de jamais ter conseguido a artilharia da competição.

O primeiro defendeu o Santos de 2002 a 2005 e depois em 2010. É bicampeão do Brasileiro. Já Nilmar jogou o torneio pelo Corinthians e pelo Internacional, e foi campeão em 2005 pelo clube paulista.

Willian José tem passagens por São Paulo, Grêmio e Santos. Nunca foi campeão.

Antes do trio, os repatriados foram os meias-atacantes Eduardo Silva, brasileiro naturalizado croata, pelo Flamengo, Maicosuel, ex-Botafogo, no Atlético-MG, e Kaká, ex-Milan, no São Paulo.

Até mesmo as novidades chegaram aos clubes para reforçar os setores ofensivos.

O Corinthians investiu no atacante paraguaio Ángel Romero, 21. O Palmeiras apostou no argentino Pablo Mouche, 26. Assim como o Internacional, que fechou com o argentino Martín Luque, 21.

Todos foram contratados durante a pausa do C Brasileiro para a Copa do Mundo.

A expectativa dos clubes e, principalmente dos torcedores, é que os números melhorem assim que passar a ser frequente vê-los atuando.

Kaká e Eduardo da Silva fizeram uma partida cada um, e Maicosuel já jogou três.

NÚMEROS RUINS

O Brasileiro no formato atual, ou seja, 20 pontos na disputa por pontos corridos, nunca teve números tão ruins. A média de gols atual por equipe é de 1,09 gol por partida, enquanto nos anos anteriores sempre foi superior a 1,20 por jogo. O índice de finalizações certas é de 6,8 por jogo. Nos outros anos sempre foi superior a 7. E os dribles, característica familiar a Robinho e Nilmar, é de 8,8 –nos anos anteriores foi superior a 10.

"Temos dois campeonatos, um antes da Copa e outro agora. Com as arenas do Mundial em uso e com os reforços que vieram, os números devem melhorar. É preciso esperar", analisou Paulo Vinicius Coelho, colunista da Folha.

A favor, o Brasileiro atual tem ao menos uma marca inédita nos últimos 15 anos. Pela primeira vez o líder (Cruzeiro) e o vice-líder (Fluminense) são os clubes donos dos melhores ataques, 29 e 22 gols, respectivamente.

Editoria de Arte/Folhapress

Endereço da página:

Links no texto: