Folha de S. Paulo


Justiça nega extensão de habeas corpus que poderia soltar diretor da Match

A Justiça negou, na terça (15), pedido que permitiria que o diretor-executivo da empresa Match, o inglês Raymond Whelan, 64, fosse solto.

Whelan está preso em Bangu 10, um dos presídios do complexo penitenciário de Gericinó, desde segunda (14).

A defesa do executivo tinha pedido à Justiça que a liminar para o pedido de habeas corpus que o liberara da prisão temporária decretada na segunda (7) fosse válido também para a prisão preventiva, decretada na quinta (10).

Tasso Marcelo - 7.jul.2014/AFP
CEO da Match, Raymond Whelan em delegacia do Rio
Raymond Whelan em delegacia do Rio

Em sua decisão, a desembargadora Rosita Maria de Oliveira Netto, da 6ª Câmara Criminal, afirma não ser possível estender os efeitos da liminar porque "a prisão preventiva tem fundamento diverso" da temporária.

A prisão preventiva de Whelan foi pedida quando o Ministério Público apresentou à Justiça denúncia contra ele e outros 11 acusados de organização criminosa, cambismo, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.

O diretor-executivo da Match ficou foragido durante quatro dias. Ele é acusado de liderar o esquema de desvio de ingressos de jogos da Copa para cambistas.

Pouco depois de ter sua prisão preventiva decretada, Whelan foi visto deixando o hotel Copacabana Palace, onde estava hospedado, ao lado de seu advogado, Fernando Fernandes, investigado sob a acusação de ter facilitado a fuga.

O pedido de habeas corpus ainda não foi julgado, o que pode acontecer em até quinze dias. A decisão que o liberara, uma liminar, é uma decisão provisória, que pode ser concedida antes de o mérito do pedido ser julgado.

Segundo Fernandes, "a prisão é ilegal e injusta". Ele afirmou que vai esperar o julgamento do mérito do habeas corpus para decidir se vai recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O advogado tem prazo de dez dias para apresentar a defesa de Whelan. Fernandes diz que só teve acesso parcial ao processo e que só apresentará a defesa dez dias após receber todas as gravações entregues à Justiça.


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