Folha de S. Paulo


Polícia do Recife pretende indiciar três por homicídio no caso das privadas

A Polícia Civil pretende indiciar, por suspeita de cometerem um homicídio e três tentativas de homicídio, três presos no caso das privadas jogadas do estádio do Santa Cruz, no dia 2.

Se condenados, eles podem pegar até 30 anos de prisão porque o homicídio foi doloso (com intenção de matar), teve motivo fútil e não houve chance de defesa da vítima.

A polícia fez um balanço das investigações e disse que as privadas foram usadas porque eles não encontraram pedras para atirar de cima da arquibancada em torcedores do Sport que passavam do lado de fora.

Um dos vasos sanitários atingiu e matou o torcedor do Sport Paulo Ricardo Gomes da Silva, 26, que estava com a torcida do Paraná. O time enfrentou o Santa Cruz naquela noite pela série B do Campeonato Brasileiro. A partida terminou em 1 a 1.

Outras quatro pessoas ficaram feridas. Por isso, a delegada Gleide Ângelo deve indiciá-los sob suspeita de cometerem um homicídio e três tentativas. O inquérito deve ser concluído em oito dias.

De acordo com a polícia, houve uma briga do lado de fora do estádio entre a Inferno Coral (Santa Cruz) e a Torcida Jovem (Sport) depois do jogo.

Conforme a versão, Waldir Pessoa Firmo Júnior, 34, Luiz Cabral de Araújo Neto, 30 e Everton Filipe Santiago de Santana, 23, voltaram ao estádio, procuraram pedras e não encontraram. Então, segundo a polícia, eles foram ao banheiro feminino, arrancaram as duas privadas com chutes, subiram a arquibancada e esperaram os torcedores do Sport passar.

Ainda na noite do crime, um vendedor de picolés que estava no interior do estádio informou à polícia que três homens passaram carregando uma privada. Uma das câmeras de segurança instalada no portão do estádio flagrou os três saindo do estádio.

A polícia negou a versão do advogado de Araújo Neto, de que o alvo dele era apenas o presidente da Torcida Jovem, Mário de Azevedo Marinho. "O problema dele é com a Jovem, não só com Marinho", disse Gleide Ângelo.

PREVENÇÃO

A Polícia Militar informou que vai reforçar o efetivo que fará a segurança do jogo Sport X Bahia, no próximo dia 17. O comandante da PM, coronel Carlos Pereira, não disse quantos homens serão empregados.

"[Essa partida] Vai exigir um contingente maior. Não do tamanho de clássico, mas com um valor operacional maior", disse o coronel.

Segundo a polícia, a torcida organizada do time baiano tem parceria com a Inferno Coral e as torcidas estariam combinando brigas pelas redes sociais.

Carlos Ezequiel Vannoni/Agencia JCM/Fotoarena
Polícia avalia local onde o torcedor morreu
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