Folha de S. Paulo


Engenheiro que espionou Ferrari em 2007 morre em acidente de trânsito

Pivô do escândalo de espionagem que envolveu Ferrari e McLaren na temporada de 2007 da F-1, o engenheiro Nigel Stepney morreu nesta sexta-feira num acidente de trânsito na Inglaterra, aos 56 anos.

O polícia de Kent, local em que ocorreu o acidente, ainda não sabe o que levou à colisão que causou a morte do inglês.

Stepney trabalhou com Ayrton Senna na Lotus no fim dos anos 80. Em 1989, transferiu-se para a Benetton, onde trabalhou com Nelson Piquet e, mais tarde, com Michael Schumacher.

Em 1992 ele deixou a F-1 para trabalhar no time do ex-piloto brasileiro na F-3.000, mas um ano mais tarde voltou para a principal categoria do automobilismo para juntar-se à Ferrari.

Na escuderia italiana começou como mecânico e mais tarde foi promovido a chefe dos mecânicos e responsável técnico do time. Depois, tornou-se chefe de performance ferrarista.

Stepney, porém, ganhou notoriedade na categoria em 2007, quando descobriu-se que ele havia passado informações sigilosas para Mike Coughlan, da McLaren, e de sabotar os carros de Felipe Massa e Kimi Raikkonen, dupla ferrarista naquela temporada.

Julgado, ele foi condenado a um ano e oito meses de prisão, os quais nunca teve de cumprir, além de ter pago uma multa.

A McLaren, que inicialmente não recebeu nenhum punição do Conselho Mundial da FIA por falta de provas, foi mais tarde condenada a pagar US$ 100 milhões e acabou excluída do Mundial de Construtores depois que o caso foi reaberto.

Insatisfeito com o tratamento que recebia na equipe inglesa na época em que dividia a McLaren com Lewis Hamilton, Fernando Alonso discutiu com Ron Dennis, chefe do time, e decidiu mostrar à FIA e-mails revelando que outros membros do time também haviam visto dados da Ferrari.

Sem poder ser contratado por nenhuma equipe da F-1 após o escândalo, Stepney transferiu-se para o Mundial de Turismo da FIA, onde foi campeão com a Nissan em 2011.


Endereço da página: