Folha de S. Paulo


Nobre acusa São Paulo de antiético e admite ter perdido Alan Kardec

"Alan Kardec não é mais jogador do Palmeiras." Com essa frase, Paulo Nobre, presidente do clube alviverde, iniciou seu pronunciamento sobre o fim das negociações com o atacante e artilheiro do time na temporada.

O dirigente afirmou que o jogador não irá continuar no Parque Antarctica porque não quer mais.

Nobre disse que foi procurado pelo estafe de Kardec no último sábado, quando recebeu essa informação.

"Fui comunicado pelo estafe do jogador [o pai de Alan Kardec] que não havia hipótese dele continuar no Palmeiras, porque já estava apalavrado com o São Paulo desde a semana passada", disse o cartola nesta segunda-feira, em entrevista coletiva na Academia de Futebol.

"Não mediríamos esforços para mantê-lo aqui", acrescentou.

Adriano Vizoni/Folhapress
O atacante Alan Kardec comemora gol do Palmeiras no Campeonato Paulista
O atacante Alan Kardec comemora gol do Palmeiras no Campeonato Paulista

Alan Kardec não foi encontrado pela reportagem para comentar as declarações do dirigente palmeirense.

De acordo com Nobre, o Palmeiras nem sequer teve acesso ou chance de cobrir a proposta feita pelo rival. O empresário de Kardec teria afirmado que a única possibilidade de o filho permanecer no clube seria se ele rompesse com o pai, pois não mais administraria sua carreira já tendo dado sua palavra aos são-paulinos.

Para contratar o atleta, o São Paulo ofereceu 4,5 milhões de euros (R$ 14 milhões) ao Benfica (Portugal), dono dos direitos econômicos de Kardec, e salários em torno de R$ 400 mil mensais.

"Tínhamos um mês de prazo e estávamos próximos de um desfecho positivo. Mas, no curso das negociações, de maneira sorrateira, um time procura o jogador? Isso é extremamente antiético", esbravejou Nobre, complementando que outros presidentes haviam demonstrado interesse em Kardec, porém, iriam aguardar o fim das tratativas entre o centroavante e o Palmeiras.

Na quinta-feira, a equipe alviverde equiparou a oferta são-paulina ao Benfica, mas a proposta salarial continuou inferior: R$ 240 mil mensais, mais alguns bônus por produtividade.

Além de salários mais altos, o São Paulo também ofereceu ao estafe do atacante um valor maior de comissão pela concretização do negócio.

"Um time entra na negociação de uma maneira antiética. Era jogador do Palmeiras, titular do clube e com uma negociação em curso", opinou o presidente.

KARDEC

Alan Kardec não participou da derrota palmeirense para o Fluminense no sábado, no Pacaembu, por 1 a 0 -gol de Rafael Sóbis. Também ficou fora do treino da última sexta-feira, alegando gastrite.


Endereço da página:

Links no texto: