Folha de S. Paulo


Mesmo após acordo, operários do Parque Olímpico e consórcio divergem

Um dia após uma audiência no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) que firmou um acordo entre os sindicatos patronal e de trabalhadores envolvidos na obra do Parque Olímpico do Rio, as divergências entre as duas partes continuaram e o trabalho, que está paralisado desde o último dia 8, não foi retomado.

Os trabalhadores afirmam que foram "impedidos pela própria empresa de voltar ao trabalho" na manhã desta quarta (16), mas a Concessionária Rio Mais, responsável pela construção de parte do Parque, nega e diz que foram membros do sindicato que "orientaram os trabalhadores a interromperem as atividades".

Em nota oficial, o sindicato dos trabalhadores (Sintraconst-Rio) diz que, em assembleia antes do expediente, os empregados aceitaram o acordo firmado ontem no TRT, que prevê o aumento do tíquete-assiduidade (vale compras) de R$ 180 para R$ 200 reais e a retomada das negociações sobre as outras reivindicações apresentadas.

"Porém, após a assembleia, quando os empregados já estavam com uniforme de trabalho, um engenheiro do consórcio, de nome Alexandre, orientou que os empregados deixassem o canteiro e voltassem para suas casas", afirmou o sindicato. Segundo a entidade, a empresa ainda disse aos operários que eles não encontrariam café da manhã ou almoço no local.

Também em comunicado oficial, a Rio Mais afirmou que "após realizar um ato na porta do canteiro de obras com cerca de 300 trabalhadores (15% do efetivo total), [o sindicato] orientou os que já haviam decidido trabalhar a entrar no canteiro de obras e reiniciar as atividades em regime de 'operação tartaruga'". Em seguida, segundo a empresa, "membros do sindicato que já estavam no canteiro, dirigiram-se às frentes de serviço e orientaram os trabalhadores a interromperem as atividades".

Os trabalhadores deixaram o canteiro de obras e fizeram uma manifestação na avenida Abelardo Bueno, na Barra, após a qual se dispersaram.

A obra do Parque Olímpico conta com um total de 2.500 trabalhadores, que estão em greve desde o último dia 8.


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