Folha de S. Paulo


Torcida do Ituano diz que Juninho Paulista resgatou identidade do clube

Um dos chavões mais antigos do futebol diz que torcida não ganha jogo. Neste domingo, os jogadores do Ituano puderam comprovar esse ditado.

Com 4.500 fãs no Pacaembu, o time de Itu até foi derrotado nos 90 minutos, mas venceu nos pênaltis e sagrou-se bicampeão do Estadual.

E a torcida rubro-negra, que ficou apreensiva quase os 90 minutos, abafou os santistas, que tinham mais 30 mil presentes, com gritos de "Ah, o Pacaembu é nosso".

Juninho Paulista, gestor do clube de Itu, e Doriva, técnico, também foram exaltados. "Juiz, ladrão, Galo campeão", também foi um dos gritos de protesto contra o árbitro.

A maioria dos torcedores do Ituano vieram para São Paulo em ônibus das organizadas Galoucura e Torcida Jovem. Outros se organizaram e vieram em vans ou carros próprios.

Mobilização assim somente no primeiro jogo da decisão, há uma semana, uma vez que na primeira fase do Estadual a média de público do Ituano foi 1.061 pagantes.

Improvável que a massa vista no Pacaembu seja repetida já em julho, quando o time volta a campo para disputar a Série D do Brasileiro.

"Nossa torcida participa pouco. Aqui no Pacaembu houve uma união por causa da fase. Mas O Juninho está resgatando a identidade do nosso clube", disse o comerciante Cláudio Campos, 55, natural de Itu e que chegou ao estádio às 13h.

Ele não foi o único a se aventurar. Outros passaram toda a tarde de domingo no Pacaembu. Cuja única atração antes do jogo foi o show de João Bosco e Vinícius.

"Valeu a pena. Nada paga a emoção. Eu vi o time ganhar o título em 2002, mas naquele ano não teve os grandes. Agora ganhamos contra eles", disse o funcionário público Pedro Iaquinto, 26.

"É uma coisa que vai ser difícil se repetir. Tinha de presenciar no estádio. Ser campeão no Pacaembu contra um clube grande... A festa aqui no estádio só não será maior do que a de Itu, onde tudo é grande", disse o vendedor Fábio Rogério, 34.


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