Folha de S. Paulo


Autoridades olímpicas intensificam sinal de alerta sobre Rio-2016

A pouco mais de dois anos para os Jogos Olímpicos-2016, no Rio de Janeiro, o COI (Comitê Olímpico Internacional) mostra-se bastante preocupado com o andamento das obras destinadas à realização do evento.

Em entrevista ao jornal "The New York Times", nesta sexta-feira, Francesco Ricci Bitti, membro da Comissão de Coordenação da Olimpíada-2016 –que atua sob supervisão do COI–, presidente da Associação das Federações Internacionais Olímpicas de Verão e da Federação Internacional de Tênis, afirmou que o sinal de alerta emitido pelas autoridades é fundamental para evitar um cenário ainda pior.

"Talvez estejamos sendo vistos como os 'bad boys' neste momento, mas somos os aliados mais importantes dos organizadores brasileiros. O cronograma está muito, muito atrasado, e poucas federações estão confiantes de que tudo aquilo que foi prometido será entregue."

Após uma série de críticas de federações internacionais ao estágio das obras para a Rio-2016, o COI anunciou, na última quinta-feira, uma intervenção nos trabalhos de preparação do evento.

As principais preocupações das autoridades olímpicas referem-se ao Complexo Esportivo Deodoro, que abrigará 11 modalidades nos Jogos, e ao campo de golfe. Depois da pressão da entidade, foi definida a data de publicação do edital de licitação para o complexo: dia 17 de abril. As obras deveriam ter começado no ano passado.

"Obviamente não é um prazer enviar esta mensagem forte, mas estamos com medo de que os atrasos se agravem por causa da Copa do Mundo e das eleições", disse Bitti ao "The New York Times".

"O governo precisa se mover. A comissão organizadora tem um fluxo de caixa muito menor do que eles precisam", acrescentou.

Para Michael Payne, ex-diretor de marketing do COI, a situação encontrada no Rio de Janeiro é uma das piores crises com as quais a entidade se deparou em relação à entrega da Olimpíada.

"A última vez que tivemos uma crise com este nível de impacto sobre os Jogos foi nos boicotes de 1980 e 1984, em Moscou e Los Angeles, respectivamente."


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