Folha de S. Paulo


COI é interventor permanente, diz prefeito do Rio

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), afirmou nesta quinta-feira (10) considerar boa a presença de membros do COI (Comitê Olímpico Internacional) no acompanhamento das obras da Olimpíada. Segundo ele, a presença da entidade ajudará a "dar foco na cobrança".

"Gosto do estilo de trabalho do COI. O COI é interventor permanente. Ele está sempre presente, acompanhando, visitando obras. A Fifa nunca foi ver a obra do Transcarioca", disse o prefeito.

Ele reconheceu estar preocupado com as obras do Parque Olímpico de Deodoro, cuja licitação será lançada na semana que vem. Mas afirmou que a intervenção ainda está no prazo, embora "sem gordura".

"É preciso ter foco na cobrança. [...] A presença do [diretor-executivo Gilbert] Felli viria e faria acompanhamento mais próximo das obras. Ele informaria aos presidentes de federações. Quando o COI veio aqui há algumas semanas não havia essa histeria das federações", disse o prefeito, que atribuiu parte das reclamações a uma falha de comunicação sobre o andamento das obras.

Felli deve vir ao Rio nos dias 22 e 23 de abril. Ainda não está definida qual a periodicidade da presença de membros do COI no Rio, nem como a atuação vai acelerar as obras.

Paes disse que a decisão sobre a vinda de Felli foi tomada em conjunto. Ele afirmou que havia se colocado à disposição para ir a Lausanne para falar diretamente com os presidentes das federações, mas decidiu pela vinda do COI ao Rio.

"Adoro a presença do COI aqui, até para que fique tudo claro."

Paes disse, contudo, que há pressão de presidentes de federações para a construção de arenas caras. Ele disse que vai economizar o máximo na construção das instalações esportivas.

"O presidente da federação de rúgbi quer um grande estádio. Não acho justo gastar dinheiro público num grande estádio para um esporte pouco conhecido. Vou dar condições dele jogar, atender aos padrões internacionais. Mas não teremos aqui um padrão chinês. As federações têm que entender que não vamos fazer elefante branco."

Paes afirmou que o complexo de Deodoro custará cerca de R$ 900 milhões e não poderá ter atrasos.

Em entrevista publicada pela Folha nesta quinta-feira, o diretor-geral do comitê organizador da Rio-2016, Sidney Levy, afirmou que "as críticas fazem parte do jogo", que as obras estão dentro do cronograma e que, se fosse atender a todas as federações, levaria o comitê à falência.


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