Folha de S. Paulo


Risco de despedida do Pacaembu leva corintianos a jogo sem importância

Junior Lago/UOL
Romarinho comemora o primeiro dos seus três gols na vitória do Corinthians sobre o Atlético Sorocaba no Pacaembu
Romarinho celebra o primeiro dos seus três gols na vitória sobre o Atlético Sorocaba no Pacaembu

O tempo frio, o risco de chuva e a eliminação antecipada do Corinthians no Campeonato Paulista tornavam pouco convidativo o jogo contra o Atlético Sorocaba neste domingo, no Pacaembu.

Mas 11.060 pessoas pagaram ingresso para ver a vitória por 3 a 0.

"O motivo maior é possivelmente o último jogo no Pacaembu, a despedida. Venho desde moleque, desde 1981", justificou o torcedor Marcelo Soares. "Mas tomara que tenha outros jogos aqui. Na dúvida, para garantir, eu vim".

O Corinthians só voltará a jogar oficialmente em 20 de abril, na estreia no Campeonato Brasileiro, contra o Atlético Mineiro, como visitante.

A próxima partida em casa está marcada pela CBF para o Itaquerão, em 27 de abril, diante do Flamengo.

Mike Ely enxergou razões suficientes para ir ao jogo deste domingo. "O amor pelo time. E talvez seja o último jogo. Vai ter um ou outro jogo aqui. Frequento o Pacaembu desde 1988, vai ser f... Mas teremos nosso estádio".

"A gente não vai jogar por um mês. E tem que apoiar na hora que precisa", argumentou Joe Sonnenfeld, 13.

Há menos de quatro anos, ele se dirigia ao Pacaembu para apoiar exatamente o arquirrival.

"Ele era palmeirense roxo, ia para a escola com mochila do Palmeiras, a família é toda palmeirense. Virou corintiano roxo", contou, aos risos, Ely, amigo do pai de Joe e seu acompanhante nas idas ao estádio.

Foi uma derrota no Pacaembu que fez o adolescente mudar de clube.

O Palmeiras tomou 2 a 1 do Goiás e caiu na semifinal da Copa Sul-Americana de 2010. Enquanto isso, os corintianos se gabavam dos títulos. "Diziam: 'Os caras ganham tudo'", lembrou Joe.

"Aí ele veio para um jogo do Corinthians e se apaixonou", relatou Ely.

Depois de um título estadual, um nacional, um sul-americano e um mundial, Joe está satisfeito com a troca. "Foi muito boa".


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