Famoso por disparar farpas contra o Brasil e seus lutadores, o americano Chael Sonnen concluiu a filmagem do reality show "The Ultimate Fighter Brasil", despiu-se momentaneamente do personagem falastrão que utiliza para "vender" lutas e se definiu como "parceiro do país".
"O Brasil e eu somos parceiros", definiu à Folha, de forma pragmática, o técnico do reality que vai ao ar pela TV Globo a partir do próximo dia 9, ao ser questionado se as últimas semanas em que morou em São Paulo o ajudaram a mudar sua imagem do país, no qual chegou a dizer que não havia sabonete ou computadores.
"O Brasil e eu queríamos a mesma coisa quando lutei com [o então campeão dos médios do UFC] Anderson Silva", disse Sonnen, durante visita na tarde de hoje da mídia à academia que os atletas do reality utilizaram.
"Os brasileiros queriam me ver tomar uma surra e eu, a chance de disputar seu cinturão. Os dois lados tiveram o que queriam e foi um sucesso. Não foi uma parceria?", perguntou de forma retórica.
Passado o duelo com Anderson, Sonnen não dirigiu provocações em sua direção ao ser questionado sobre o futuro do ex-rival. No período de promoção da revanche com o brasileiro, o americano chegara a incluir a mulher de Anderson na provocação.
"Acho que Anderson tem que se reunir com as pessoas próximas e decidir. Não é minha opinião que conta", disse Sonnen, que à época da revanche com Anderson o ameaçara com a aposentadoria.
Porém, durante o decorrer do reality show, a atitude de Sonnen foi a do falastrão que já é conhecido do público do MMA (artes marciais mistas), segundo o técnico da equipe adversária, Wanderlei Silva.
"Pensei nas crianças que irão assistir ao reality e procurei manter a calma. Mas com as provocações dele o show toda hora vai ter aquele piii [som de censura aos palavrões]", disse o brasileiro, que enfrenta Sonnen no dia 31 de maio, em uma luta prevista para ocorrer no Brasil.