Folha de S. Paulo


A discriminação merece a mais dura punição, diz presidente da Conmebol

O presidente da Conmebol, Eugenio Figueredo, afirmou que qualquer ato de discriminação deve ser punido com a "mais dura sentença". A declaração do dirigente foi dada após os atos racistas sofridos pelo volante Tinga, do Cruzeiro, durante jogo contra o Real Garcilaso, na última quarta-feira, pela primeira rodada da fase de grupos da Taça Libertadores da América.

Tinga sofreu atos racistas assim que entrou em campo aos 20 min do segundo tempo no lugar de Ricardo Goulart. Sempre que o jogador tocava na bola, a torcida adversária fazia gestos e sons imitando macaco.

"Não toleraremos a discriminação na América do Sul, todo ato mesquinho que prejudique o ser humano merece a mais dura sentença. Lamentamos toda situação dessa índole. A discriminação não é do futebol, transgride seus princípios" disse o presidente da Conmebol.

Na semana passada, a entidade afirmou que decidiu abrir uma investigação para apurar o caso.

Luka Gonzales/AFP
Tinga (dir.), do Cruzeiro, disputa bola com Ramon Rodriguez, do Real Garcilaso
Tinga (dir.), do Cruzeiro, disputa bola com Ramon Rodriguez, do Real Garcilaso

"Perante esta suposta comissão de infração disciplinar, a Unidade Disciplinar, em aplicação do Artigo 72 do Regulamento Disciplinar da Conmebol, decidiu iniciar uma investigação prévia que pode concluir com a abertura de um expediente disciplinar ao clube peruano".

O presidente da CBF, José Maria Marin, já afirmou que vai pedir a eliminação do Real Garcilaso da Libertadores. O documento será enviado ao presidente da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol), o uruguaio Eugênio Figueredo, e ao Tribunal Disciplinar da entidade

A Folha apurou que a orientação do Comitê Disciplinar da Fifa, que serve de base para as confederações, em casos de racismo envolvendo torcedores é o de, na primeira vez, punir o clube com multa e obrigá-lo atuar com portões fechados.

Apenas na reincidência o clube é punido mais severamente, com perda de pontos, rebaixamento e até eliminação da competição.

Cinco casos de racismo julgados por Fifa e pela Uefa (União Europeia de Futebol), em 2013, semelhantes ao de Tinga, resultaram em jogos com portões fechados.

No ano passado, o combate ao racismo foi considerado prioridade para a Fifa, que criou um código com as possíveis punições.


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